A GANGORRA HUMANA

O andar da carruagem do mundo, em termos sociais, está e estará sempre na dependência do equilíbrio entre o capital e o trabalho.

E nessa gangorra humana, que de um lado está a massa e na outra a força, lembro sempre da teoria da física, de que quando maior a massa, maior a inércia. Trazendo a massa para o contexto demográfico ao invés do físico, fazemos a mesma relação, pois, a grande massa da população que está do lado da gangorra do trabalho - chamada de esquerda – mantém uma inércia irritante, conduzida sempre pela minoria que detém a força do capital, a direita.


Diferente dos animais, os humanos forjam a inversão da lógica da física, quando o menor engole o maior, se não pela massa, mas pela força. E a força da lida humana novamente contraria a matemática, fazendo com que não seja a natureza, em suas reações lógicas, a ferramenta que gera a energia que movimenta a massa, mas sim o dinheiro.

A qualidade de vida e o futuro da humanidade, pois, continuará nessa dependência. A massa – traduzida no trabalho, na esquerda - é lerda, preguiçosa, vadia. A força – representada pelo capital, pela direita – é ativa, dinâmica, mas gulosa, gananciosa, avarenta até.

A massa quer apenas o “viver”, a força o “ter”. A massa quer o sossego da sombra, a força quer o poder do sol. A massa quer o suficiente para hoje, tornando-a inconsequente. O poder quer mais do que precisa para a eternidade, que supõe terá poder para ter, fazendo-o insano.

Eis a gangorra social do mundo. De um lado sofre até o estômago, em cóleras acarretadas pela inércia. Do outro sangram os sentimentos, consequência da avareza.

Assim caminha a humanidade em se falando politicamente. Uns regem a carruagem, com chicotes e chibatas, os outros a assistem, do sossego das sombras, enquanto os sinos continuam badalando - para ambos.


 
Eacoelho
Enviado por Eacoelho em 10/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
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