BREVE VISÃO HISTÓRIA DO PUXA-SAQUISMO
Tudo começou no tempo das cavernas...
O homem, ainda em fase de evolução, como já explicava Rousseau, vivia harmonicamente em uma sociedade única, porém, em um belo dia, um desses indivíduos teve a ideia de fincar quatro estacas no chão, delimitar a área e dizer: “Isto é meu!” e a cada dia aumentava sua propriedade, tudo isso sem falar que a partir daí começou a querer mandar nos outros.
Vocês podem até dizer que isso não tem nada a ver com puxa-saquismo, mas calma que chegaremos lá!
Pois bem, os outros indivíduos ficaram totalmente inertes no início para com aquela situação até que, também em um belo dia, eles começaram a desenvolver suas ideias em função de resolver aquele problema e como nem todas as pessoas são iguais, ao final de tudo o grupo dividiu-se em três vertentes de pensamento e um grupo resolveu lutar para que tudo voltasse ao normal, outro resolveu delimitar suas áreas também e outro tomou um caminho inusitado: o de se conformar e engrandecer quem tinha algum espaço delimitado, resumindo, naquele instante surgiram os primeiros puxa-sacos.
No inicio, todos acharam a ideia até divertida. Era o maior barato ver aqueles caras todos limpando o chão enquanto seus amos o sujavam, rindo de suas piadas sem graça e elogiando seus dominadores a cada instante pelos seus gestos, suas atitudes e palavras.
Mas como tudo nessa vida se transforma, esses indivíduos, além da subserviência aguda, passaram a desenvolver uma perigosa tática de sobrevivência: começaram a delatar os outros indivíduos, principalmente os daquele grupo que tentavam normalizar toda aquela desigualdade, ao passo que os dominadores, sempre com o pensamento dez mil anos-luz à frente, viram nisso uma poderosa arma e passaram a manter esse tipo de gente com todo tipo de regalo.
E assim, tudo foi evoluindo. Os que tentaram mudar as coisas foram massacrados, os que seguiram o exemplo dos dominadores se estabilizaram e os bajuladores foram se desenvolvendo mais e mais até chegarem ao modelo do puxa-saco atual, sendo muito comum encontra-los hoje em todos os locais, no seio da família, na política, no trabalho, etc...
E não para por aí, hoje em dia já existe até o puxa-saco do puxa-saco, um subproduto da falta de bom senso que eu acho que nem os mais conceituados cientistas conseguirão desvendar esse mistério da genética e, pasmem, há até cidades as quais já foram detectados os maiores índices de puxa-sacos por quilometro quadrado.
Há quem diga até que isso pode ser lealdade, mas é lamentável ver uma pessoa se rebaixando, envergonhando sua família, trocando sua dignidade por um respaldo ilusório e servindo de capacho para uma minoria hipócrita da sociedade que se diz elite.
Reflitam...