SEM DESTINO

CRÔNICA

SEM DESTINO

Ainda é cedo... Cedo para apanhar a rosa virgem... Ainda é cedo para secar a lágrima da confiança. Talvez ainda eu me sinta, a Cinderela enrolada no cadarço da espera. A Rapunzel com as tranças jogadas no tempo. Ainda é cedo para gritar meu medo, ainda sinto um nó na garganta... A saliva ardendo o fogo da busca, o calor do sol dentro da alma. Ainda é cedo, não me fales de oportunidades vazias, nem ao menos de localidades feitas de argila... Meu solo ainda se fixa no horizonte, e jamais terei a certeza de que cheguei ao fim da corrida. Ainda preciso plantar um arco-íris nos meus sonhos, ainda preciso saltar descalça à beira da estrada... Pedir carona às saias da brisa, costurar os pontos desencontrados de um amor confuso. Preciso de um minuto a mais no meu currículo... Fazer cócegas nos meu próprios ouvidos, ouvir a melodia de um novo dia... O mel do otimismo no amanhecer, preciso crescer, tal qual essa luz acabou de brotar, aos pés dos meus olhos nus. Ainda é cedo... Vejo meu riso atravessando as fronteiras da felicidade, mesmo que essa visão ainda seja turva, preciso esquecer que ontem já passou, e que conhecerei mais um som, mais um instrumento musical, nas cordas da eternidade... Preciso de um diálogo com Deus, sem hora marcada, sem enganar minha própria alma... Vestir o manto do presente e ofertar ao próximo instante a firmeza de saber viver... Sem pisar nas flores santas, preciso me esquecer de sofrer e estirar minha bandeira da alegria... Aqui, agora e diante de mim mesma. Hoje estou sem destino, ainda é cedo para parar no meio do caminho... Minha meta é seguir... Colher uma nova razão, brigar com a escuridão e sentir o céu no nariz! Na correnteza da fé, simplesmente Viver!

Marisa Zenatte

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Mrmaryllady
Enviado por Mrmaryllady em 08/10/2013
Código do texto: T4517338
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