VINDO DE SÃO JOÃO DEL REY
Vindo de São João Del Rey
Estávamos voltando de São João Del Rey,para São Paulo, após um belo fim de semana, Celso,(mais conhecido como Mineiro), a irmã dele, Maria do Carmo e eu.
No porta malas do carro,duas espingardas de repetição, uma do Mineiro,outra do Wanderley, um amigo nosso.Estavam, esquecidas, na fazenda do Sr. Braga, pai do Mineiro desde as últimas férias e agora nós as estávamos trazendo de volta.
Passamos primeiro por Juiz de Fora, para deixar a Maria do Carmo, que estudava lá .
Outra vez na estrada, começamos a ouvir música e a bater papo, sabendo das horas que ainda faltavam devido à distância.
Mineiro guiando, eu do lado.Década de 60,Brasil no regime militar, os dois jovens, cabeludos , vestindo Jeans.... e as espingardas no porta-malas.
Na fronteira de Minas com o Rio de Janeiro, um guarda Rodoviário manda a gente encostar.
“Documentos do veículo e carta por favor”
Mineiro entregou o solicitado, o guarda examinou e devolveu.
Olhou bem para nós, deu uma olhada da janela para dentro e:
“Dá uma descida do carro e abre o porta malas por favor.”
Lembrei na hora, das duas espingardas.Descemos e quando o Mineiro foi atender o pedido do guarda, me deu um frio na barriga.
Aberto o bendito porta-malas, o Rodoviário olhou, desabotoou o coldre da sua arma e disse:
“Encosta os dois no carro e coloca a mão na cabeça”
Em seguida com a mão esquerda pegou as espingardas e:
“Vão andando na frente até a cabine da guarda.”
Lá dentro, mandou a gente sentar, pediu os nossos documentos e começou a falar em um rádio no canto da sala.
E nós explicando que as “armas” eram para caça, etc e tal......
Depois de algum tempo, vendo que não tinha nada contra e, acho que, acreditando no que estávamos falando e com pena da gente, nos liberou para a viagem.
Velho amigo, Mineiro,escapamos de uma boa naquele dia, não foi?
31/5/2004
José Romeu
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