OS BARQUINHOS DE PAPEL
OS BARQUINHOS DE PAPEL
Quantas doces lembranças podem ser guardadas, da nossa época feliz, quando éramos crianças.
São recordações, tempos felizes, que nunca se apagarão e que serão sempre como um tesouro muito bem guardado, que contribuiu fortemente, para que nosso futuro fosse feliz, tranqüilo e promissor.
Estamos no século XXI.
O progresso bate diariamente às nossas portas.
Os meios de comunicação: imprensa, televisão, a alta tecnologia computadorizada, nos fornecem as informações minuto a minuto, e tudo o que se passa ao redor, e no universo todo.
Tudo acontece muito rápido e quase tudo pode ser conseguido.
A ciência caminha a galope, procurando descobrir tudo aquilo que, há décadas eram verdadeiros mistérios.
É o progresso, novas invenções, é a tecnologia chegando e afirmando que o mundo agora está bem diferente.
E eu me pergunto: e a criança como se sente nesse universo de transformações tão rápidas? Terá TEMPO SUFICIENTE? Estará sendo bem orientada? Saberão armazenar sonhos, fantasias e lembranças?
E é neste instante que começo a relembrar minha doce infância, minhas coleguinhas de colégio, nossa volta para casa, quando nos reuníamos nos jardins, para brincadeiras saudáveis.
Quanta magia ao acordarmos cedinho e assistirmos aos primeiros clarões da aurora, o nascer de um novo dia e, como era repousante quando ao anoitecer íamos dormir, logo que as primeiras estrelas do céu aparecessem.
Como relembro os dias de verão, ao irmos à praia, poder contar com o calor do sol, e nos dias de chuva, sentir o cheiro da terra molhada e, ao escurecer poder olhar o céu e ver a lua surgindo brilhante e se encaminhando sobre um tapete de estrelas reluzentes.
Naquela época não existiam cantinas nos colégios e a nossa merenda era carinhosamente preparada por nossas mães.
Parece que ainda vejo hoje os célebres tabuleiros de pirulitos, envoltos em papel de seda que, no portão do colégio eram tão solicitados e vendidos.
E assim recordando, que saudosa lembrança, quando no verão, aquela chuva passageira, formava pequenas corredeiras no meio-fio da calçada e nos incentivava a fazer os pequenos barquinhos de papel que ao acompanhá-los deslizando suavemente pelo pequeno riozinho formado pela água da chuva, era como se verdadeiramente estivéssemos através deles, conduzindo toda a felicidade do mundo.
Curitiba, 2007.
Página da autora inserida no seu livro:
QUANDO FLORESCEM OS CAFEZAIS
Dinah Lunardelli Salomon