'' A MULHER, A ROSA, A VELA E A COVA ''

Negro forte, alto, dentes alvos, só andava nos trinques.

Bom de ginga. Não comia nada. Resolvia na pernada. Pezão como era conhecido, trabalhava de faz tudo. Precisou. Ele dava jeito.

Quando não estava na labuta, numa luta, tava numa roda de capoeira. Sabia como ninguém.

Pulava que nem um macaco, de um lado pro outro. Ou na ponta do pé, ou na palma da mão. Gingar era com pezão. Sempre me lembrava dele quando ouvia a música de gil. Ele rimava com, o rei da confusão...

Dia desse, a comunidade parou. A notícia correu, becos, ruas, vielas, praças e todo canto imaginário.

Pezão foi encontrado caído sobre um baita prato de mocotó. Ele adorava. E comia com uma gula daquelas, logo pela manhã cedo.

Até hoje lembramos do pezão, principalmente quando se aproxima o dia em que ele fazia aniversário.

Lá estava ela.

A Mulher, a rosa, a vela e a cova.

Ela nunca desistia. Não esquecia.

Fazia chuva, fazia sol.

Abraxé.