Todo mundo tem que aprender algum dia
”Feliz é a inocente vestal!
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança.” (Poema "Eloisa to Abelard” de Alexander Pope)
Às vezes, o caminho parece uma ilha deserta que coloca distante, algo que parecia tão próximo, assim, querendo esquecer. E esquecer, não é muito fácil, é uma dádiva conviver com o passado sem machucar o presente/futuro, tem que acreditá-lo, pois, o futuro já é hoje. E se entregue a cada pessoa que passa por sua vida, mesmo não ficando eternamente a sua vista e se entregue para alguém, com quem, você poderá em certos locais que somente conhecerá com a tal companhia, novas culturas e novos hábitos. Porém, não ocorre, pela fragilidade da existência e dos laços humanos. Entre erros, dores, acertos e alegrias das páginas antigas da vida é que progredimos o “Eu” atual. E mais, porque um dia, nem tudo volta a ser, restando recordar o que foi um dia e aplaudir o que virá.
E quanto ao romance, um grande amor, tenta esquecê-lo. É estranho, pensar se houvesse um tratamento para apagar algo tão forte, mesmo que tivesse uma péssima experiência, um ato eloquente e egoísta para si, deixar de ser mesquinho e passar a agir junto com o cérebro, pois, ele é o mais traumatizado nisso tudo, mais ainda, do que essa simbologia que vem desde os tempos dos gregos sobre o coração, um verdadeiro clichê, dizendo que esse órgão pulsante é o centro da nossa alma e do romantismo, nem sempre, amigo. Enfim, uma questão de experiência para próximos amores. E pode ser que, aquelas pequenas coisas que viveram e o erro cometido pelo companheiro é o que você é hoje e para o próximo e novo relacionamento, protegido por certos vírus e certas magoas, como diz, Vinicius de Moraes: “Que eu não sou ninguém de ir, em conversa de esquecer, a tristeza de um amor, que passou. Não! Eu só vou se for prá ver, uma estrela aparecer, na manhã de um novo amor...” Em “Canto de Ossanha”. Em suma, sem as pessoas que te machucam você nunca crescerá de certa forma, tem que “agradecer” por eles, mas, mantêm a distância. E apagar, significa jogar parte de sua vida também, não há perfeição, se cada imperfeição for um motivo para dar adeus, será o seu fim, o motivo tem sua função, para formação de seu espírito. Última questão! Sem lembranças, medos, frustrações, tristezas... Voltar do ponto principal, da etapa zero, como seriamos? Nada, nada e nada e apagar a memória da mente é apagar o sentimento da alma.
Baseado no filme de Michel Gondry, “Brilho eterno de uma mente sem lembrança” de 2004, Vencedor de Melhor Roteiro Original – Oscar.