Humana Consciência
O problema do homem é querer padronizar tudo, catalogar, rotular e por um preço. Querer formular inúmeras regras medíocres para coisas que não se aplicam a equações matemáticas nem teorias quânticas... Generalizar as particularidades indissolúveis e impares. Nada é tão simples ou tão complicado que necessite restrições de descrição, análise e teste. Há coisas que simplesmente não precisam de normas nem tabus escrotos, quase sempre fundamentalistas. Há uma grande diferença entre o ser, e o pertencer. O bicho homem, esse conglomerado de átomos podres, carne, ossos e vísceras, quer a todo custo ter o controle de tudo, ser o centro de tudo. Ingênuo e presunçoso a ponto de buscar um sentido para a existência de todas as coisas, um animal que não lhe é permitido ao menos acessar os recursos do próprio corpo, como ele assim sabe que seu órgão principal não atinge a capacidade que tem. Ainda sim, despeja ao longo da vida sua soberba por entre outros animais da mesma espécie... O homem é amaldiçoado com a consciência, e a ele não é admissível que esta tal relativa vantagem em relação a outros seres na natureza existentes, seja mero processo evolutivo. Ele quer mais, quer ser mais, quer ser tudo... É doloroso enxergar que a capacidade de entender as coisas como são, não é uma coisa benévola. Sua ridícula capacidade de criar nem arranha a superfície blindada do poder da natureza de destruir e se reconstruir. Criar protótipos artificiais de felicidade, lhe dá a também artificial sensação de ser ele o centro de tudo. Esse mamífero é o topo da cadeia alimentar e também o topo da ignorância natural... Cria deuses e demônios, pecados e virtudes, mundos eternos e eternos sofrimentos, e mal conhece a si próprio... Está fadado a ser um pobre animal com sonhos e esperanças e nega a todo custo sua condição de animal. Busca negar que seja ele, apenas mais um entre tantos e tantos seres que existem nesse pequeno planeta terra. O universo ignora a existência de um ser tão mesquinho, enquanto se expande na imensidão do nada. A consciência, longe de ser o poder, é o caos! E a busca pelo sentido da vida é tão sem propósito quanto o desesperado desejo de se afirmar dono do planeta que rejeita sua existência civilizada a cada esboço de soluço natural a que chamam catástrofes naturais... O homem pretende o infinito, mas em verdade, o nada é.