Morar em São Paulo oferece o melhor em entretenimento, oportunidades profissionais, workshops, gastronomia, enfim TUDO! Ou será que algum leitor vai descordar comigo?

O que mais sinto falta são os workshops e o contato com os tops no que se refere EFL (English as A Foreign Language = Inglês como Língua Estrangeira). A DISAL junto com algumas editoras que publicam livros didáticos para EFL Teachers sempre oferecem excelente workshops com autores e também professores de inglês e outros idiomas que têm algo para somar nessa área.  São os mais variados encontros que proporcionam novos conhecimentos  e também reciclagens, sem mencionar as novas amizades que surgem e os magníficos coffee breaks.

Tinha um representante da Disal e também autor de vários livros didáticos que dava ótimas palestras. Um educador nato e divertido que sempre tinha algo para nos repassar, seja sobre o ensino do idioma inglês ou acrescentar algo à nossa vida profissional e também pessoal.

Esse  palestrante  contou a seguinte estória num workshop para nos mostrar a importância em saber e também deixar bem claro aquilo que queremos nessa vida, seja profissional ou pessoalmente. Do que estamos correndo atrás? O que buscamos afinal?

Após a apresentação matinal em uma cidade do interior de São Paulo, o palestrante saiu para dar uma boa arejada na cabeça e almoçar. Escolheu um restaurante poucas quadras do local da palestra para fazer a sua segunda refeição do dia. Uma mesa  próxima à uma janela que dava para rua lhe pareceu perfeita e de lá viu aquele grupo de mulheres aproximando do restaurante e logo entrando. Não sentaram muito longe e deu para ele ouvir a conversa daquele grupo de oito mulheres. Logo de cara,  ficou sabendo que faziam parte da sua palestra  pois estavam elogiando muito o tal palestrante irlandês de cabelos grisalhos e sexy. O papo descontraído deu uma paradinha pois as moças foram para o buffet escolher o que almoçariam. Não demorou muito e todas já estavam de volta e o papo voltou a rolar. Conversa vem, conversa vai quando uma delas aparentando uns trinta e pouco disse, "É meninas ... já não aguento mais esperar esse tal príncipe aparecer. Já não aguento mais as amigas e colegas arranjando pretendentes. É cada sapo que aparece! Cruzes!" 
  
                         

As amigas deram risadas e o palestrante também  não resistiu. As meninas ouviram e olharam na direção dele. O rosto da moça que relatou a sua situação logo avermelhou de vergonha e ele se desculpou por estar ouvindo a conversa alheia. Sem sentir encabulada, uma das 'meninas'  logo o convidou  para se juntar ao grupinho e ele aceitou sem pensar duas vezes.

As meninas prosseguiram com a conversa sobre príncipes com a maior naturalidade e a cada confissão e decepção, ele sentiu que era coisa séria mesmo e não conversinha fiada. O homem lançou uma pergunta meio assim  que de repente: "Poderiam me dizer como é a cara de um príncipe?"

As meninas olharam abismadas para o palestrante. Ficaram sem palavras mas a pergunta foi repetida de forma diferente: "Sabe, o homem geralmente visualiza a sua 'princesa'. Uma mulher geralmente com belos seios e fartos, boca carnuda ... Vocês mulheres não visualizam o seu princípe?"

Uma se manifestou dizendo, "Sei lá!  Príncipe é modo de dizer, né? O cara aparece e a gente vai vendo como as coisas ficam. É isto, né meninas?" Uma ou outra balançou a cabeça concordando enquanto outras não se manifestaram. Preferiram o silêncio.

O senhor palestrante disse: "Pessoalmente meninas, acho meio complicado encontrar alguém cujo rosto não sabemos como é, principalmente  um príncipe."

Uma das meninas ponderou e depois de um tempinho revelou: "Não estou buscando 'aquele' príncipe, sabe. Nem uma Brastemp também. Apenas quero um homem bacana."

"Quem sabe o tal príncipe já passou por você e nem reparou", disse o Jack. "Quem sabe, seria interessante ter uma imagem dele na cabeça, assim quando você bater olho nele .... quem sabe."

                                
"Eu vejo o meu 'príncipe' sem aquele tanquinho sarado, sem aqueles ombros largos, um pouco calvo, moreno claro, usa óculos e barba curta. Um cara bem típico, não acham?" As amigas concordaram. Uma outra se arriscou a revelar a cara do seu príncipe, "Hummmmm ... O meu príncipe é gordinho, olhos vivos, risonho, careca e um pouco mais velho do que eu ... quarentão." Ninguém riu.

                

Do contráro, começaram a descrever os seus príncipes uma logo após a outra sem medo de ser feliz. Ele apenas ouviu a revelação de cada uma. Após uma ou outra descrição, as meninas soltavam risadinhas e até aqueles gritinhos de surpresa que são marca registrada exclusiva do sexo feminino.                  

O almoço terminou com o único homem fazendo um brinde: "Que todas aqui presente possam encontrar o seu príncipe logo, logo!" E numa só voz que ecoou pelo salão daquele restaurante a meninas soltaram um animado, "Tim tim!"

Mais de um ano se passou e o palestrante voltou àquela cidade e qual não foi a sua surpresa quando uma daquelas 'meninas' lhe abordou logo na entrada do workshop.

"Hello! Long time, huh?!" Ela estava toda sorridente e com a pele radiante.

"Hi! How are things going?" A moça não hesitou, "Marvelous! Melhor impossível! Sabe? Encontrei o tal príncipe logo após aquela nossa conversa. Se lembra? Acredita que ele é bem daquele jeitinho que descrevi? E estava bem pertinho de mim o tempo todo! Como fui cega!" A mulher deu um sorriso lindo que destacou as suas covinhas. É, estava esbaldando de felicidade!

O palestrante apenas sorriu levemente, deu lhe uma piscadinha e disse, "Viu como é bom ter uma idéia daquilo que estamos procurando?!"