DESGRAÇA POUCA É BOBAGEM!
Ysolda Cabral
Ysolda Cabral
O dia amanheceu choroso, preguiçoso e eu a "todo vapor.’’ Alguém não me acordou como de costume. Acordei com o despertador. E aí a coisa já começou meio enrolada. Corri pro banho. A resistência do chuveiro queimou e o meu banho foi gelado. Doeu até os ossos! Fiz um desjejum rápido. Vesti algo simples e elegante, porém bastante confortável e calcei um sapato novo que venho ‘’amaciando’’ há dias! Pense num sapato pra maltratar os pés! E olhe que é daquela linha cara que não vou dizer o nome, pois não merece divulgação. No rosto, apenas o protetor solar e um pouco de brilho nos lábios. Escovei rapidamente os meus, agora, curtos cabelos – estou me achando - peguei a bolsa e saí correndo pra parada de ônibus. - Deixar o carro em casa tem sido ótima opção, pelo menos pra mim.
No primeiro ônibus que entrei, meu cartão não passou na catraca. Está com rachadura. Procurei dinheiro na bolsa; não havia. Os bancos continuam em greve e eu não quis passar o meu final de semana em filas de caixas eletrônicos, ou de Loterias. Algumas moedas me salvaram do vexame. Desci em Boa Viagem e peguei outro coletivo – pra chegar ao meu trabalho tenho que pegar dois ou três, depende da sorte. Só que, hoje, a coisa estava medonha.
O segundo ônibus; peguei da linha errada. Quando notei, desci e tive que andar, que nem má notícia, até chegar à próxima parada. Bom pros sapatos que comiam um pouco mais do couro dos meus lindos pezinhos. E haja band-aid! Já ando com uma caixa na bolsa! Juro que os amacio. Não uso outro par, enquanto não ganhar essa peleja.
Enfim, cheguei no trabalho. Cansada, esbaforida e com vontade de chorar. Descansei um pouco colocando os pés no chão e liguei o computador. O bicho não funcionou. O meu celular chamou. Atendi e logo fui contando, quase chorando, o que acabara de passar. Ao terminar o relato/desabafo, o meu interlocutor falou: “você não pode mais é andar sozinha.”
- É mole?
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Crônica dedicada...