Maquininha de limpar óculos


 
Fico intrigada sempre que vejo alguém usar os óculos na cabeça, feito tiara. Imagino logo como ela vai enxergar com as lentes engorduradas se precisar recolocá-los diante dos olhos. Implico também com aquelas pessoas que ao perceber as lentes sujas esfregam os óculos na roupa. Sei muito bem que de nada adianta, fica tudo borrado. Enfim, não tenho nada com isso, cuido dos meus com água, sabão e uma toalha macia, para não riscar.

Outro dia, olhando as novidades numa ótica, a atendente se ofereceu para limpar meus óculos. Aceitei, só para ver o que ela faria. Mas não vi, ela foi lá para dentro e voltou enxugando-os com uma folha de papel. Perguntei o que ela havia feito, se estava limpando com o papel ou os tinha lavado. Eu não fiz nada, só pus na maquininha, foi sua resposta. Fiquei curiosíssima, que maquininha seria aquela? Nunca tinha ouvido falar nisso. Ela, então, me levou para ver.

Em cima do balcão havia um pote retangular cheio de um líquido azulado meio borbulhante, ligado à tomada. Ao lado, um pote menor com água límpida. Os óculos são colocados primeiro no pote maior, depois passam rapidamente pelo menor. Por fim, deve-se enxugar as lentes com papel. E o que é que tem naquela água azul, é algum produto especial, eu quis saber. Não, é detergente comum, a moça explicou.

Voltei para casa animada com a maquininha. Depois refleti melhor: se o detergente é comum, por que eu precisaria daquele aparato todo?  Só para a água vibrar?... Foi aí que inventei a ‘minha’ maquininha. Eureka! Coloquei água e detergente num frasco desses com bico para espirrar e borrifei as lentes. Depois passei os óculos em água corrente e enxuguei com papel. Ficou perfeito.

Além de ‘piratear a maquininha’, descobri que o ‘mistério’ está em não se colocar os dedos nas lentes durante a lavagem. Assim a limpeza dura muito mais. E o melhor de tudo: não precisei gastar muito, minha descoberta saiu bem barata.