Terezinha de Lisieux

Terezinha de Lisieux

Maria de Jesus A. Carvalho

Naquele dia, os expedientes haviam sido cansativos. Pela manhã, as aulas na faculdade exorbitaram em pesquisas que variavam entre consultas à biblioteca e trabalhos de equipe. A última tratava-se de uma aula de Direito Internacional Público, onde o professor sabia a matéria de cor e os trabalhos eram muito longos. Às vezes, ditava textos enormes, citando a pontuação em seus devidos lugares, vírgula por vírgula, sem consultar livros. Mas era um bom professor, bastante capacitado e conduzia sua aula de forma que todos os alunos gostavam. Por ser a quinta e última aula do dia, me sentia cansada.

No período da tarde, enfrentei mais uma batalha em sala de aula, num colégio do Estado. Só que dessa vez, era eu a professora. E durante quatro horas seguidas, distribuí conhecimentos de gramática, literatura brasileira, leituras de bons autores, seguidos de uma redação feita na sala de aula. Felicidade minha, é que nesse dia, os alunos estavam bem comportados, cônscios de suas responsabilidades. Terminado o horário escolar, apanhei um ônibus e voltei para casa.

Após enfrentar um trânsito congestionado, na hora do ‘rush’, com superlotação do ônibus em que estava e do grande número de veículos que rodavam num comportamento desenfreado, graças ao bom Deus, cheguei a casa. Eram já 18 horas. O tempo estava quente. Mesmo com a chegada do crepúsculo, não corria uma brisa suave para amenizar o estresse daquele dia sufocante. O melhor seria um banho refrescante que torna qualquer pessoa em forma e bem com a vida.

Sentei-me na cama, tirei os sapatos e já ia trocar a roupa, quando senti um perfume de rosas penetrar no quarto. Somente eu estava ali e o perfume que usara já havia saído no suor motivado pelo calor. De onde vinha, então, aquela fragrância agradável? Qual não foi minha surpresa, quando levantei a cabeça e vi pertinho de mim, encostada ao meu lado esquerdo, uma linda jovem envolvida por uma aura cor-de-rosa, com trajes diferentes e um manto preso à cabeça. Tinha um crucifixo nas mãos e rosas descendo de seus braços. Olhei, assustada, sem dizer palavra, mas conheci que era igual à imagem de Santa Terezinha que eu via na Igreja e lá em casa. Linda!... Permaneceu por alguns segundos, sem dizer nenhuma palavra. E como se já tivesse cumprido uma missão, de repente foi-se afastando, afastando, até sumir, envolvida na sua nuvem cor-de-rosa...

Senti uma grande felicidade que até hoje não esqueci e se já a tinha como uma santinha de minha predileção, depois disso, adotei-a como minha protetora. Era a menina francesa, a Florzinha de Lisieux, cuja vida eu lera quando estava no colégio das freiras. E ela nunca me faltou nos momentos difíceis em que tenho precisado de seus favores, em nome de Jesus. Hoje, no seu dia, faço votos a que ela continue como prometeu: “Vou passar a minha eternidade fazendo o bem, derramando rosas sobre a terra.”

Grata, Santinha do Menino Jesus.

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Maria de Jesus A. Carvalho

Fortaleza, 06/10/2013

Maria de Jesus
Enviado por Maria de Jesus em 07/10/2013
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