Blitz


Depois de tantos dias cinzentos, nesta tarde ensolarada de domingo ao entrar na praça mais bonita da cidade, vi ali adiante um carro da polícia fechando meu caminho. Pensei que fosse por causa das novas mudanças do trânsito que estão sendo planejadas, mas logo percebi que não se tratava disso, era uma blitz. No meio da rua um policial acenava para que eu parasse. Obedeci, é claro. Ao se aproximar, o policial, que na verdade era uma policial, pediu meus documentos. Enquanto eu os procurava na bolsa, ela sorridente perguntou se estávamos passeando. Contei que voltávamos do almoço e entreguei-lhe tudo. Quando ela foi olhar a chapa traseira, gelei, pensei que fosse encrencar porque a placa está a se esfacelar, apesar de ter apenas um ano e pouco. Em vez de ser pintada, como sempre imaginei, a parte branca é uma folha de plástico bem fininha que começou a se descolar. Felizmente a moça não reclamou, apenas fez anotações numa prancheta e me devolveu os papeis, desejando-nos boa tarde.

Foi bom ter acontecido isso. Fez-me lembrar que quem tem que reclamar sou eu! Afinal de contas, paguei ao Detran por uma chapa que não vale nada. Desconfio até que elas são assim mal feitas justamente para ‘criar’ futuras multas...