DINOSSAUROS

Há quem não acredite em dinossauros. Inúmeros estudos e fósseis encontrados garantem que eles existiram sim, inclusive no Brasil. Eu acredito na existência destes animais enormes que despertam o interesse de muitas pessoas. Até mesmo as crianças gostam deles. Basta ver a quantidade de brinquedos, joguinhos e quebra-cabeças que contam com a presença de espinossauros, titanossauros e tantos outros sauros que tenham existido.

O que muita gente não sabe é que os dinossauros ainda habitam a terra. Não se preocupem, não estou ficando louca. Estão presentes em muitas bandas que fazem ou fizeram sucesso. Para quem gosta de rock como eu, sabe que não é loucura nenhuma chamar o Led Zeppelin de dinossauro. Os Rolling Stones também se enquadram na categoria.

E meros desconhecidos também. É o lado dinossauro de cada um de nós. Aquele que fala bem mais alto quando o assunto é tecnologia, por exemplo. Esta que vos escreve, por exemplo, é um verdadeiro tapume quando apresentada a modelos de última geração. Percam as esperanças se pensam que sei usar todas as funções de um iPhone. Sem chance. Steve Jobs deve se revirar no túmulo cada vez que eu me atrapalho com essa modernidade.

Já ouvi que sou resistente a tecnologia, simplesmente porque prefiro os livros de papel aos livros eletrônicos ou e-books. Não sou resistente a tecnologia, mas ainda gosto do papel, de sublinhar, dobrar a página, carregar os livros e usá-los tanto a ponto de deixá-los com aquela maravilhosa orelha de burro. Aviso aos possíveis candidatos da fila: por favor, não me presenteiem com um livro eletrônico. Muito prazer. Me chamo Saura. Tiranossaura.

Quando tive que aprender a usar o sistema Windows então, na década de 90, me vi em apuros. Nada mais restou além de ter que frequentar os cursos e sair botando o aprendizado em prática.

Bem antes disso, a tal da resistência se fez presente logo que a empresa onde eu trabalhava começou a se informatizar. Naquela época, usava-se o Sistema Operacional Dos. Quem tem quarenta e lá vai pedrada nas costas, como eu, sabe muito bem do que eu estou falando. Eu simplesmente tinha medo de usar um computador. “Posso apagar tudo o que fiz”. Era a Srta. Saura dando novamente o ar da sua graça.

Meu consolo é que não estou sozinha. Já ouvi falar de muitas pessoas iguais a mim. Resistente ou não, ser mais uma saura na face da terra não me incomoda tanto quanto alguns possam imaginar. Não vou esconder, invejo por exemplo minha sobrinha que sabe baixar músicas no celular com a mesma facilidade com que eu datilografava. Calma gente, não sei mais o que é datilografar ou catar milho, como muitos diziam, há anos.

Desde que os computadores invadiram o mundo, tento estreitar a relação com eles. Confesso que a gente ainda se estranha um pouquinho. E uma coisa é certa: aposto que se meu computador falasse, ele não me chamaria pelo meu verdadeiro nome.