FORAM TARDE! (BVIW) - Mini crônica
Foi tarde que te encontrei, foi tarde que te beijei, foi tarde que te amei. Tão tarde que, cedo, me deixaste. Esse começo parece um dramalhão da Idade Média, mas me surgiu como um insight e eu não resisti. Afinal não fujo ao tema, apenas seria uma variante da expressão. Seria... se não houvesse o fatídico ponto de exclamação que põe por terra essa variante. Foi tarde! Será que perdi o bonde e agora, de fato, tarde é para ter dito isso ao amor que me machucava e eu não queria que se fosse, ao vício que me consumia e no qual eu me agarrava mesmo naufragando, ao medo de dar a cara à tapas e que me levou oportunidades infinitas? Talvez sim, talvez não. Dizem que nunca é tarde para nada e que sempre temos uma segunda chance... Portanto, enchendo os pulmões, estufando o peito, firme e decidida, eu solto o verbo para tudo isso e exclamo em alto e bom tom para todas as coisas que me maltratavam, me destruíam, me algemavam: "Foram tarde!"