DE CORPO E ALMA
Dia nublado. Assim mesmo, fui caminhar. Pelos galhos das árvores, os pássaros cantavam alegres, nos jardins de cada casa, flores e mais flores perfumavam e enfeitavam os canteiros.
Pensei: a natureza não para, dia após dia, segue cumprindo seu papel.
Esse exercício diário, que há algumas décadas criei, me faz bem, não somente ao corpo, mas principalmente ao espírito. Aprendo, e descanso a alma, enquanto caminho pelas ruas sossegadas do lugar onde moro.
Hoje, ao final de uma rua sem saída, um casal de pica-pau do colarinho laranja, (assim eu os nominei) estavam compenetrados na função de bicar seguidas vezes o tronco de uma imensa sibipiruna. Observei, o grau de atenção que colocavam nessa tarefa, alheios a tudo, principalmente a minha insistente curiosidade.
Pensei: se eu agisse assim, em toda ação que fizesse, com certeza faria tudo muito melhor. Mas, por vezes, me entrego a fazer algo, viajando em outro pensamento.
Em meu trajeto, passo em frente a um grande lago, e lá sempre reservo alguns minutos para observar os cisnes e marrecos. E nunca me canso de perceber as diferenças dessas duas espécies. Os cisnes estão sempre calmos, dentro ou fora da água, mostram serenidade, não os vejo se alterar. Já os marrecos, ah, esses são um capítulo a parte, busco caminhar com certa "distância de segurança" deles, pois, são irritadiços, e de vez em quando resolvem invocar com quem passa.
Eles, me fazem supor: se antes de adentrar o reino hominal, passamos pelo reino animal, muitos de nós, em outra vida fomos marrecos, e alguns cisnes.
Continuo minha caminhada, achando graça do meu pensamento, e só interrompo o riso, quando me deparo com um grande ipê, que pelo jeito resolveu namorar um linda primavera (ou buganville) e fico extasiada diante de tanta beleza.
Percebo que debaixo das duas árvores, as flores amarelas e cor de maravilha, se misturam, num casamento de beleza sem igual.
E reconheço como ficaram bem juntos, esses tons tão diferentes.
No caminho de volta pra casa, vim tentando arquivar tanta beleza, e preciosas lições que a mãe natureza, me passou em mais essa manhã, e agradeço.
Desde os meus verdes anos, adoro os livros, eles me fascinam. Mas, com certeza o livro vivo da natureza tem um chamamento pra lá de especial em meu dia a dia.
Talvez, seja, por ter me criado em uma reserva florestal, onde a natureza pulsava em cada cantinho.
Enfim, todos os dias, saiu para caminhar cheia de preguiça, e volto revigorada, de corpo e de alma.
A natureza continua a ser um elixir poderoso para mim.
Hoje, já pertenço a terceira idade, mas a alegria de contemplar um pássaro, uma flor, uma árvore, continua tão especial como era em minha meninice.
Tem coisa que o tempo contribui, para tornar ainda melhor.
(Imagem: Lenapena)
Dia nublado. Assim mesmo, fui caminhar. Pelos galhos das árvores, os pássaros cantavam alegres, nos jardins de cada casa, flores e mais flores perfumavam e enfeitavam os canteiros.
Pensei: a natureza não para, dia após dia, segue cumprindo seu papel.
Esse exercício diário, que há algumas décadas criei, me faz bem, não somente ao corpo, mas principalmente ao espírito. Aprendo, e descanso a alma, enquanto caminho pelas ruas sossegadas do lugar onde moro.
Hoje, ao final de uma rua sem saída, um casal de pica-pau do colarinho laranja, (assim eu os nominei) estavam compenetrados na função de bicar seguidas vezes o tronco de uma imensa sibipiruna. Observei, o grau de atenção que colocavam nessa tarefa, alheios a tudo, principalmente a minha insistente curiosidade.
Pensei: se eu agisse assim, em toda ação que fizesse, com certeza faria tudo muito melhor. Mas, por vezes, me entrego a fazer algo, viajando em outro pensamento.
Em meu trajeto, passo em frente a um grande lago, e lá sempre reservo alguns minutos para observar os cisnes e marrecos. E nunca me canso de perceber as diferenças dessas duas espécies. Os cisnes estão sempre calmos, dentro ou fora da água, mostram serenidade, não os vejo se alterar. Já os marrecos, ah, esses são um capítulo a parte, busco caminhar com certa "distância de segurança" deles, pois, são irritadiços, e de vez em quando resolvem invocar com quem passa.
Eles, me fazem supor: se antes de adentrar o reino hominal, passamos pelo reino animal, muitos de nós, em outra vida fomos marrecos, e alguns cisnes.
Continuo minha caminhada, achando graça do meu pensamento, e só interrompo o riso, quando me deparo com um grande ipê, que pelo jeito resolveu namorar um linda primavera (ou buganville) e fico extasiada diante de tanta beleza.
Percebo que debaixo das duas árvores, as flores amarelas e cor de maravilha, se misturam, num casamento de beleza sem igual.
E reconheço como ficaram bem juntos, esses tons tão diferentes.
No caminho de volta pra casa, vim tentando arquivar tanta beleza, e preciosas lições que a mãe natureza, me passou em mais essa manhã, e agradeço.
Desde os meus verdes anos, adoro os livros, eles me fascinam. Mas, com certeza o livro vivo da natureza tem um chamamento pra lá de especial em meu dia a dia.
Talvez, seja, por ter me criado em uma reserva florestal, onde a natureza pulsava em cada cantinho.
Enfim, todos os dias, saiu para caminhar cheia de preguiça, e volto revigorada, de corpo e de alma.
A natureza continua a ser um elixir poderoso para mim.
Hoje, já pertenço a terceira idade, mas a alegria de contemplar um pássaro, uma flor, uma árvore, continua tão especial como era em minha meninice.
Tem coisa que o tempo contribui, para tornar ainda melhor.
(Imagem: Lenapena)