Todo mundo sofre, todo mundo chora.

Minha querida e inesquecível irmã faleceu há três anos, e o marido um ano antes.

Depois da morte do filho em acidente de carro, eles perderam o incentivo do viver.

Quando a dor é no corpo, às vezes, um medicamento pode ajudar,mas quando ela vem da alma, muitos são aqueles que não sabem o que fazer e se sentem incompletos.

Minha “angélica” irmã Ângela, era exímia pianista, pois teve como professor o Maestro Pedro de Castro. Depois do falecimento do filho nunca mais abriu o piano.

Morys West dizia: “Chore a perda de seu querido, mas não deixe que morra também no único lugar em que deve permanecer vivo: Dentro de você”.

A vida é um processo longínquo onde os pensamentos e as emoções são como os dois pratos de uma balança

Para qualquer religião há sempre uma explicação para os sofrimentos, abundancia saúde, nível social etc.

Eu acredito que todos nós temos um tampo exato para realizar nossos compromissos na terra.

Assim como os pássaros migram e voltam ao mesmo lugar, como a Terra faz a volta completa sobre o seu próprio eixo completando a sua tarefa, assim também somos nós, o término do ciclo voltamos para o nosso verdadeiro lar. Não importa se a nossa missão foi cumprida ou não!

Levaremos conosco o Registro Akáshicos, a MEMÓRIA da alma desde o momento que deixa seu ponto de origem até que a ele regresse. São as matrizes de nossas vidas passadas, presente e futura.

Helena Blavatsky define Akasha, como a Luz Astral, a Matriz do Universo do qual tudo quando existe é nascido por separação – diferenciação. É o espaço infinito.

Viemos para caminhar à frente, e não ficar estagnados na ignorância.

A evolução espiritual segue a física: nada anda para trás, mas a natureza não costuma poupar os que se arrastam pelo caminho. Entretanto, leva-se tempo para entender que o "eterno" o "para sempre" em algum momento chega ao fim, e que faz parte do processo da vida, e a cada ciclo há evolução ou involução. Há tempo que a dor é tamanha que a gente quer é que acabe logo, e há aqueles que se pudéssemos comandá-los o colocaríamos como eternos. Mas – a realidade é outra! Somos empurrados pela roda vida – seja ela boa ou ruim temos que enfrenta-la. Ela é nossa e não há como dividi-la com outra pessoa. Há então, de quando em vez, uma atmosfera de desencanto, mas que não impede certa esperança que é o resultado da lucidez, amadurecimento.

Como diz a canção de Chico Buarque:

- "A gente quer ter voz ativa/ No nosso destino mandar/Mas eis que chega a roda viva/E carrega o destino pra lá”...

E assim é – “O tempo roda num instante nas voltas do coração”.

O que fazer? É o destino? Carma? Livre arbítrio?

Carma e livre arbítrio sempre provocam no ser humano - dúvidas – questionamentos de natureza existencial porque, mesmo para aquele que não tenha qualquer crença religiosa, ou sendo um dos mais convictos materialista, sentimentos como, as dores físicas, morais, a desilusão despertam no ser humano a busca, a explicação pelo inevitável.

Estes altos e baixos explicam nosso condicionamento emocional que influenciam e limitam a nossa vida não meramente no quotidiano, mas também nos aspectos mais profundos da consciência no modo que vivemos.

Para aquele que possui algum entendimento esotérico buscam a elucidação pela lei do Samsara – “vivemos, morremos e reencarnamos”. É o que eles chamam “A roda da vida – processo que se repete inevitavelmente até que o indivíduo alcance a libertação”. (Para o catolicismo é o Céu, purgatório ou inferno).

De modo mais amplo, pela filosofia esotérica - o carma funciona como uma espécie de lei de causa e efeito, do qual, cada atitude assimilada durante a vida, tem peso vital para as características a serem assumidas em uma próxima existência.

Em outros termos, isso significa que as características localizadas na existência atual são resultadas das escolhas e atitudes tomadas em outras vidas anteriormente assumidas.

Não importa o termo ou crendice da nossa permanência diária nesta nossa vida, o que vale é a vontade de viver e não desistir. Sonhar como se fosse viver para sempre, e viver como se fosse morrer amanhã.

A vida às vezes nos machuca e muito!

Se me fizessem a pergunta de modo vago, indeterminado, por exemplo - quais os momentos mais felizes de sua vida? - Não me seria possível responder. E isto porque os nossos momentos de felicidade, os meus, pelo menos, são em geral tão incertos, tão passageiros e instáveis, que apenas passam são logo esquecidos. De certo tenho tido os meus momentos felizes. Todos os têm, ainda os mais desgraçados. Mas esses momentos são rápidos e passam quase sem deixar lembrança. São como leves murmúrios numa sinfonia em que predominam as notas fortes e ásperas. E o prazer e a dor em geral se misturam nas nossas sensações como o “oxigênio e o azoto no ar que respiramos como a água e o álcool no vinho que bebemos”.

Viver é um tanto complicado, como diz Carlos Castaneda:

- “Os processos responsáveis pela consciência da vida cotidiana, incluem memória, experiência, percepção e o uso adequado de qualquer sintaxe”.

“Um guerreiro se responsabiliza por mais trivial de seus atos”.

O razoável é tentar tornar guerreira para confrontar com os sustos e surpresas que a vida de quando em vez escreve. Há momentos que a vontade é desistir, e deixar as coisas correrem sem um comando de nossa parte, mas o carro da vida continua em movimento e, sem o condutor! É o desastre.

Carlos Aveline em um de seus textos diz:

“As emoções anti-evolutivas desafiam os ideais esotéricos e tratam de usar as idéias generosas para seus fins egoístas. Isso configura o “sequestro” do que é generoso por parte daquilo que é anti-evolutivo. Esta luta deve ser compreendida, porque ela ocorre na maior parte das pessoas e traz perigo real. Quando as emoções não acompanham os pensamentos universais, elas passam a contrapor-se ativamente a eles. Alimentadas pelas motivações e pelas ações reais no mundo externo, as emoções passam então a ser OPOSTAS aos pensamentos e ao discurso de natureza universal. Elas passam a desafiá-los, a boicotá-los. Levam o indivíduo a odiar, competir e invejar ativamente aqueles que, em seu mundo pessoal, deveria co-personificar a vivência do universal”.

A Roda da Vida ou Roda do Devir ocupa um lugar importante na arte religiosa popular tibetana, sendo representada em tamanho gigante nas paredes dos templos, usualmente no vestíbulo, bem como, em escala reduzida, em rolos pintados. (É uma representação do “ciclo de renascimentos”), e descreve o processo autoperpetuador de desilusão e sofrimento: a causa de todo mal e seus efeitos, espelhados nos fenômenos terrenos exatamente tais quais estão sendo experimentados por cada homem desde o berço até o túmulo. “Registros Akáshicos”.

Quadro após quadro ela nos lembra que cada um é sempre seu próprio juiz e, sozinho, responsável pelo seu próprio destino.

A Roda é segura por Yama, o Senhor da Morte, que simboliza a inexorabilidade do tempo e do processo inescapável da causa e seu efeito.

O Carro é o sétimo arcano maior do baralho do Tarô. Tem como figura central uma carruagem puxada por dois cavalos: um branco e um negro. A carruagem é dirigida por um rei, ou imperador.

O simbolismo dos cavalos é evidente: o cavalo branco significa "o Bem", o cavalo negro significa "o Mal". Isto quer dizer que a pessoa que está a dirigir a carruagem deve ter força e liderança suficientes para evitar que um anule o outro, e ter controlo firme para manter o equilíbrio.

A roda simboliza terra, o Karma que segundo seus próprios textos, mói de noite e moem de dia pela qual transitam esforçadamente as almas de tudo quanto vive nela.

Se desalentarmos toda atividade do passado obscurece o aqui e o agora!

SE omitido ou negligenciado vamos afundando dia-dia não percebendo o nascer do sol que nos transmite beleza – alegria – Esperança, nos oferecendo o mais lindo espetáculo e não exige aplausos, pois a maioria do ser humano está adormecida.

Sobre alegria e Tristeza diz Khalil Gilbran:

A vossa alegria é a vossa tristeza mascarada.

E o mesmo poço de onde sai o vosso riso esteve muitas vezes cheio de lágrimas.

Quando estiverdes alegres, olhai bem dentro do vosso coração e descobrireis que só aquele que vos deu tristezas vos dá também alegrias. Juntas vêm, e, quando uma se senta junto de vós lembrai-vos que a outra está a dormir na vossa cama.

Na verdade, estais suspensos como balanças entre a vossa tristeza e a vossa alegria.

Tem uma canção muito linda que se chama Everybody Hurts que diz:

Quando seu dia é longo...

E a noite é solitariamente sua

Quando você está certo de que já teve o suficiente... Dessa vida, bem segura aí.

Não se deixe ir

Porque todo mundo chora...

E todo mundo se machuca... Às vezes

Às vezes tudo está errado

Agora é hora de cantar sozinha

Quando seu dia é uma noite (Aguente, aguente)

Se você se sentir deixado pra lá (Aguente)

Se você pensa que já teve demais... Dessa vida, bem segura aí.

Porque todo mundo se machuca... Às vezes

Tenha conforto em seus amigos

Todo mundo se machuca

Não solte sua mão. Oh, não.

Não solte sua mão

Se você se sentir como se estivesse sozinho

Não, não, não, você não está sozinho.

Se você está sozinho... Nesta vida

E se os dias e as noites estão longos

Quando você pensa que já teve demais... segura

Bem, todo mundo se machuca às vezes.

Às vezes todo mundo chora

E todo mundo se machuca, Às vezes.

E todo mundo se machuca, Às vezes. Então, Segura aí.

Segura, segura, segura, segura.

Então aguente firme.

Di Amaral

Verdadeiramente belo, querida amiga. É uma dádiva, um acalento,quando se consegue, como você, navegar pelo pensamento humano, bebendo da pureza de uma fonte universal, com um olhar imparcial e relacionando o que se apreende aos fatos humanos. Confortante. Parabéns. Bjs.

Di Amaral

Marília
Enviado por Marília em 04/10/2013
Reeditado em 27/04/2015
Código do texto: T4511732
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