Caminhos incertos
"Uma formiga, duas formigas, três, quatro...
Lá se vai uma fileira de formigas apressadas e bem organizadas, para algum lugar não identificado."
Acho que todo mundo, uma vez na vida, já se pegou observando o vai e vem das formigas. Pode ser coisa de quem não tem o que fazer, mas é algo interessante o caminhar delas.
Cada passinho "rápido" gera certa curiosidade, porque nunca sabemos para onde as formigas vão ou se estão apenas de passagem ou se estão trabalhando ou para quem trabalham. Mas o que me gera mais curiosidade é ver uma formiga sozinha, sem o seu grupo, carregando um pedaço de folha maior que ela. Fico pensando no propósito daquilo, se ela tem noção do peso que carrega e sem se dar conta do longo caminho que poderá encontrar. Fico boba com aquilo, porque andar sem rumo - ou será que ela tem algum? - sem a menor preocupação e focada no que está fazendo não é algo fácil de se fazer. Pergunto-me o porquê de andar sozinha, pergunto-me pelas companheiras dela que não a ajudaram, pergunto-me se ela quis andar sozinha ou se não teve escolha. Pergunto-me o porquê de carregar um pedaço de folha maior que ela, quando ela poderia pegar uma bem menor e mais leve. São tantas perguntas que uma formiga desperta em mim...
Observar uma formiga pode parecer bobo, mas entre o caminhar dela e o nosso não há diferenças. Qualquer semelhança poderá não ser uma mera coincidência, porque, lá no fundo, somos meras formiguinhas que habitam o planeta Terra.