Pesadelos Diurnos, Desenhos Noturnos - Capitulo 2
Olá Leitores!!!
Não sei se o primeiro capitulo foi bem recebido, mas como eu fiquei de folga do serviço hoje, passei o dia escrevendo o segundo capitulo qie estou trazendo para vocês agora.
Em primeiro lugar, eu sei que tem divergências da série e do livro. A fanfic é baseada, filhos, BASEADA, mas isso é uma fanfic, liberdade poética level hard. Essa é a minha visão da história, ou pelo menos uma que eu gostaria de ler por ai em alguma fanfic. Eu tenho lido muitas, é verdade, mas há sempre muita manipulação por parte de Hannibal, ele é tão mal para o Will, eu sempre tive muita dó dele, então eu queria escrever uma coisa onde Will tivesse seus momentos Angst sim, mas eu queria que Hannibal não fosse mal para ele. Eu gosto do Hannibal, e sempre tenho a tendência de gostar dos vilões das histórias, e sempre acabo imaginando um motivo de força maior que faz o vilão ser o vilão, bem como o conseito de que no fundo, ninguem é tão mal assim. Gosto de imaginar que todo vilão tem algo que ama, que protege e que nunca machucaria. Nesse mundo maluco que eu tô tentando criar, é o Will.
Bem, já me expliquei demais. Aproveitem o segundo Capitulo.
PS - alguem sabe de um bom site para postar fanfic?????
Pesadelos Diurnos, Desenhos Noturnos
Capitulo 2
Quando ele estacionara na frente do edifício, ele achou que talvez Alana tivesse lhe dado o endereço errado, pois aquela vizinhança não parecia ser o tipo de vizinhança na qual um estabelecimento como este funcionaria, mas quando bateu a porta, teve certeza de que estava no lugar certo. Will estava sentado na sala de espera. Não era tão ruim quanto estava esperando que fosse. O sofá era confortável e as paredes não estavam repletas de grafites ou fotos das milhares de tatuagens já feitas pelo artista como em um mural. Will não gostava disso. As fotos das pessoas, das partes tatuadas de seus corpos, ainda vermelhas e machucadas da recente agressão á pele lhe faziam lembrar das fotos tiradas dos cadáveres no necrotério e que eram constantemente mostradas á ele por Jack, e a intenção de Will em estar em um estúdio de tatuagem ás sete horas da noite numa sexta-feira depois de analisar uma cena de crime era exatamente esquecer de seu terrível trabalho. Invés de um mural da fama, haviam quadros com gravuras japonesas aparentemente antigas e caras, emolduradas e penduradas nas paredes da sala de espera. Na realidade, a maior parte da decoração era com tema oriental e Will imaginou se o tatuador não era japonês, mas lembrando-se do nome Hannibal Lecter, afastou essa ideia.
Como já era fim de expediente, apenas Will estava na sala de espera, totalmente sozinho se não fosse pela atendente gótica do outro lado do balcão. Ela era jovem não devia ter mais do que vinte anos, seus cabelos eram pretos, mas Will podia notar a raiz castanha clara, indicando que ela pintava o cabelo. Sua maquiagem era tipicamente gótica também, com sombra preta e batom preto, o que evidenciava ainda mais sua pele branca. Ela usava uma camisa de uma banda de rock que Will não conhecia e displicentemente digitava alguma coisa no computador a sua frente. A garota então levantou a cabeça, capturando o olhar de Will que imediatamente desviou o olhar para uma das gravuras na parede, como sempre evitando o contato visual. Com sua visão periférica ele percebeu que a garota deu u sorrisinho e voltou a digitar no computador.
Will tirou os óculos e esfregou os olhos. Sua dor de cabeça estava demais e suas mãos tremiam. De onde estava, ele podia ouvir o barulho da maquina vindo da sala adjacente e sentiu seu estomago dar um pulo.
Uma agulha, dor, uma pessoa estranha tocando em mim...
Ele queria sair correndo dali, mas já que ele havia conseguido o tão esperado encache, seria rude simplesmente sair pela porta.
Alguns minutos depois, ele ouviu a porta da sala de tatuagem se abrir e viu um casal sair de lá de dentro. A mulher era loira e alta, esguia e muito bonita. Usava um conjunto social de saia e blazer cinza e outra vez foi assaltado pela ideia de que estava no lugar errado, mas uma olhada para o homem lhe fez cair outra vez na realidade. Ele era alto, com o cabelo cor de areia e rosto anguloso com traços europeus. Ele usava uma calça jeans preta e uma camisa preta que deixavam seus braços fortes e tatuados á mostra. Ele não parecia ser muito mais velho do que Will, mas parecia já ter uma certa vivência, pois haviam algumas (pouquíssimas) marcas de expressão em seu rosto. Will manteve o olhar no homem por mais tempo do que o normal.
- Limpe a área com sabonete antisséptico e não exponha ao sol. – o homem disse á mulher com um meio sorriso. Só podia ser Hannibal Lecter.
- Como sempre. – ela respondeu também sorrindo. – Assim que cicatrizar, voltarei para continuarmos.
- Estarei esperando. Boa noite, Bedélia. – ele se aproximou e beijou de leve a sua bochecha.
- Boa noite, Hannibal. – ela se virou e sem olhar diretamente para Will, ela se afastou e caminhou em direção á porta, saindo do estúdio.
Só então Hannibal pareceu perceber sua presença. Ele sorriu abertamente e se aproximou do agente do FBI.
- Você deve ser William Graham.
Will se levantou desajeitadamente e deu um passo a frente.
- Sim, sou eu. – ele olhou para o chão.
- Eu sou Hannibal Lecter, o tatuador. – Hannibal estendeu a mão para cumprimenta-lo e Will hesitou um pouco antes de tomar a mão do homem loiro á sua frente.
- Me desculpe por vir tão em cima da hora... – Will começou a se desculpar gaguejando - ...eu sei que você dever ter melhores coisas á fazer.
- Sem problema. Não tinha planos para esta noite e nós moramos no segundo andar, então não é transtorno nenhum. – Hannibal o assegurou, embora isso não o fizesse se sentir menos intrusivo. – Já escolheu o desenho?
- Sim... – ele gaguejou outra vez, que droga - ...está com a moça.
- Abigail?
Hannibal se aproximou da garota que lhe entregou um papel com o desenho escolhido. O Tatuador observou o desenho por um segundo antes de voltar sua atenção para Will.
- Bem, você pode me dar alguns minutos enquanto eu preparo tudo? Ai poderemos começar.
- Claro. – Will respondeu voltando a se sentar no sofá.
- Abigail, - ele se virou para a garota – como o Sr. Graham é o último cliente da noite, pode dar o dia por encerrado.
- Serio? – o rosto da garota se iluminou num sorriso largo. – Ótimo, vou dar uma volta com a Beverly.
- Não volte muito tarde. – ele se aproximou da garota e beijou sua testa, antes de entrar na salinha.
- Boa noite, pai. – ela disse desligando o computador. Então era um negócio de família.
Nesse ponto a juventude é realmente interessante: no passo que um adolescente demora horas para se levantar de manhã, quando ele vai sair para a balada ele adquire uma velocidade além da compreensão. Em segundos, Abigail limpara sua mesa, organizara os papeis e saia por uma porta na parede direita que só agora ele havia notado, imaginando que aquela porta ligasse o estúdio ao resto da casa.
Will então viu-se sozinho na sala de espera, esperando que Hannibal o chamasse para começarem. Mais uma vez ele sentiu a ansiedade explodir dentro dele como um gêiser. Suas mãos começaram a tremer e sentiu que começava á suar frio.
- Meu nome é Will Graham, estou em Baltimore, são sete e pouco da noite, estou em um estúdio de tatuagem e vou fazer uma tatuagem, outra tatuagem.
Alguns minutos se passam até que a porta da salinha se abra de novo e Hannibal apareça na porta, sorrindo. Outra vez desajeitado, Will se levanta do sofá e caminha em direção á salinha, pronto, mas hesitante.
A sala tem a cadeira reclinável com estofamento macio própria para o ato, bem como um carinho auxiliar para a agulha e as tintas e um banco para Hannibal. Havia ainda um aparador, onde Hannibal preparava tudo e um armário de portas transparentes num canto com vários frasquinhos de tinta colorida, as diferentes agulhas, bem como material esterilizado (algodão, luvas, soro fisiológico, álcool, etc...). Á primeira vista assim parecia ser um lugar extremamente limpo e equipado. Ele olhou para o carrinho auxiliar, estava tudo preparado: o desenho pronto para ser passado para a pele, o álcool para desinfetar previamente o local, toalhas de papel, as tintas e o que lhe causava mais medo, a agulha.
Hannibal caminhou até uma pia que ficava no canto da sala e começou a lavar as mãos.
- Desculpe de novo por chegar de surpresa assim. – Will tentava desviar seu pensamento da dor eminente.
- Alana me ligou antes de você chegar. Você era cliente dela?
- Era... quer dizer... sou... – ele gaguejou sentindo-se terrivelmente deslocado. – Ela está fora da cidade, e ela me indicou o senhor.
- Ela me disse. – ele afirmou secando as mãos com uma toalha de papel, fazendo Will olhar para ele intrigado.
- Disse? O que mais ela disse? – ele perguntou defensivo. Será que ela tinha dito tudo para esse estranho?
- Disse que eu deveria ser... delicado.
Nesse momento Will sentiu suas bochechas ficarem vermelhas de vergonha.
- O que mais? – ele não olhava para o homem loiro.
- Só isso. Eu deveria saber de mais alguma coisa? – Hannibal perguntou de forma natural e Will não respondeu. – Olhe William, - ele usou o nome inteiro de Will ao se aproximar do rapaz – você não parece exatamente á vontade. Sei que você não me conhece, mas lhe dou minha palavra que farei o possível para tornar isso o menos desconfortável possível.
Era mentira. Alana havia lhe dito muito mais. Ela havia lhe dito sobre os problemas de Will com relação a toques e deixar outra pessoa invadir seu espaço, ainda mais para lhe causar dor. Mas Hannibal não precisava dizer isso ao rapaz.
Hannibal olhou para Will por um momento. Ele não era de forma alguma o tipo de pessoa que ele esperava ver em sua sala de espera. Seus clientes dos mais variados tipos, desde rebeldes se causa, executivos com vida dupla, até vovôs do rock, mas todos eles tinham algo em comum, eles queria estar ali, ao passo de que Will parecia que iria tem um colapso nervoso á qualquer momento. Era interessante esse contraste.
- Bem, onde vai ser a tatuagem? – Hannibal observou o desenho no carrinho, já pronto para ser passado para a pele.
- No meu ombro esquerdo. – Will disse inconscientemente esfregando o ombro, prevendo a dor.
- Pode tirar o casaco e a camisa então.
Hesitante, Will começou a se despir ficando ainda mais vermelho. Ele tirou seu casaco de couro, colocando-o numa cadeira perto da porta e depois a camisa de flanela quadriculada azul. Hannibal não estava olhando para Will enquanto este desnudava seu torso, ele tinha tato suficiente para perceber que Will tinha alguns problemas com intimidade e realmente não ajudava ficar olhando. Enquanto isso, ele preferiu preparar o algodão com álcool para passar na pele antes do desenho ser aplicado.
- Estou pronto. – Will disse e Hannibal se virou para ver o jovem e por um momento seu queixo caiu.