(Foto:- Essa dos "cavalos" é presente de um amigo, mas resolvi usá-la por ilustrar o sentimento de que trata o texto.)


SERES QUE PARECEM SER HUMANOS

Considerando que hoje é dia de SÃO FRANCISCO DE ASSIS, eu republico este texto em homenagem aos animais irracionais que ele tanto amou e que eu também amo e respeito, e aos racionais que conhecem e aplicam a racionalidade que Deus nos deu.

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Meu minguado conhecimento geral não permite que eu arrisque determinar quando e por quem, exatamente, foi estabelecida a diferença entre os animais ditos racionais e irracionais; e também confesso que supunha conhecer os comportamentos ditados pelas diferenças entre ambos. Estou quase convencida que me enganei.
Tais comportamentos foram atribuídos às partes baseados na capacidade de raciocínio, qualidade esta restrita aos racionais ou mais comumente chamados de humanos.
Tendo sido brindado com esta capacidade, o ser humano é sempre presumível capaz de ações resultantes de respeito, bom senso, benevolência, solidariedade e da compaixão, que nestes novos tempos é também chamada de empatia.
Todos esses sentimentos são atribuídos somente ao ser humano, porque os irracionais, destituídos da razão e movidos somente pelo instinto, não teriam capacidade para desenvolvê-los.
Mas não é exatamente assim que os comportamentos estão sendo constatados...
O que mais e mais se percebe é que há muitos seres humanos só "parecendo" ser humanos, porque comportam-se bastante pior do que muitos animais; e inúmeras espécies dos irracionais estão dando verdadeiras lições de invejáveis qualidades e sentimentos, admitidos como restritos aos racionais.
Deduz-se, portanto, que alguns erros ou desvios aconteceram ao longo das eras... E o que é pior: é só nos humanos que estes desvios são escandalosamente observados, pois entre eles muito pouco tem sido praticado o respeito e muitíssimo raramente a empatia.
Muitos seres humanos se comportam com crueldade escandalosamente maior que a praticada pelas mais perigosas feras selvagens.
O que se tem observado entre as feras - nestes tempos que possibilitam o estudo de seus hábitos - é um elogiável e respeitoso conceito de família e solidariedade, onde as barbáries só são cometidas pela sobrevivência própria ou da prole.
Já entre os homens a crueldade grassa gratuitamente e no mais das vezes sem a mínima empatia em relação aos danos causados às suas vítimas.
Será o alarmante índice de insegurança que se verifica nos grandes centros o causador dessas barbáries? Dessas atitudes mesquinhas e gratuitas?
Ao contrário desses exemplos, a cada dia é mais evidente entre os animais, nas suas mais diversas raças, atos de respeito e amor por seus donos, de solidariedade em quaisquer momentos em que ela se faça necessária, e a tão esperada empatia, quando animais visivelmente mostram em seus puros olhinhos grande tristeza ante qualquer infortúnio que acometa seus iguais ou humanos de seu convívio.
Tenho certeza que todos que me leem já tiveram diversos exemplos dessas elogiáveis qualidades que a maioria dos animais pratica - sem a faculdade do raciocínio - bem como devem ter muitas provas da falta de empatia que a cada dia mais se manifesta nos ditos seres humanos.
Mas não nos esqueçamos que, se não conseguirmos perdoar sinceramente estas irrefletidas agressões, ultimamente já banais entre humanos, estaremos nos nivelando aos cruéis. Portanto, além e acima de tudo, carecem perdão.
Oxalá pudéssemos nos conscientizar que, caso algo não seja urgentemente feito para revertermos tanta violência entre os humanos, que parece ser o motivo primeiro a levá-los a injustas agressões, logo perderemos o título de humanos para nossos queridos amigos irracionais, os quais, muitíssimo raramente nos agridem injustamente.
Um bom começo seria observarmos melhor os irracionais para tentarmos nos espelhar em sua grande sabedoria.
Seguindo-lhes admiráveis exemplos, talvez muitos seres humanos deixassem de "somente  parecer humanos".
Apesar de que há muito tempo eu já tenha me conscientizado de que só as boas ações impedirão que o meu coração endureça, ultimamente tenho recitado como intenção diária algumas sábias palavras, das quais infelizmente não conheço o autor, porque foi misteriosamente que me chegaram às mãos. Transcrevo-as aqui, porque se somente uma pessoa que esteja se desviando do caminho humanitário tentar praticar as ações que descrevem, eu já terei conseguido iluminar um mínimo mais o meu espírito, que faz poucas vidas foi alçado à condição de humano.

“Senhor, no silêncio deste dia que para mim amanhece, venho pedir-Te a saúde, a paz, a compreensão, a sabedoria, a força e a serenidade.
Quero olhar o mundo hoje e sempre com os olhos cheios de amor; ser paciente, prudente, e procurar entender e perdoar meus irmãos.
Ver Teus filhos além das aparências, como Tu mesmo os vês e só ver o bem em cada um.
Cerra meus ouvidos a toda calúnia e guarda minha língua de toda maldade.
Que só de bênçãos se encha meu espírito. Que eu seja tão caridosa e alegre, que todos quantos de mim se aproximem sintam a Tua presença.
Reveste-me da Tua beleza, Senhor, e que no decurso deste dia eu Te revele a todos pelos meus atos de bondade. Que assim seja!”

Nota:- Sou muitíssimo grata ao poeta ORPHEU LEAL, pela gentileza de me ter informado que o autor da bela oração acima é SÃO FRANCISCO DE ASSIS, que chamou-a de ORAÇÃO DA MANHÃ.  Meu louvor ao amado Santo. 

(Foto:- A mim parece que esse "canarinho" amado está rogando a Deus mais amor, paz e empatia entre os humanos.)