O CHORO QUE ABALA BOM CONSELHO.
Por Carlos sena

 
Bom Conselho que sempre “abalou Bangu”, hoje se viu na imprensa às avessas: há bala solta na cidade. Abala o coração de todos e para o da professora. Já não basta a violência dos alunos contra os mestres, agora vem essa, de fora, contra uma professora indefesa.
Cadê as violas? Viraram violência?
Lembro-me do tempo em que lá eu vivia que mamãe não fechava as portas. Ela as encostava com um paninho no postigo, na portinhola, (só pra lembrar os termos) e pronto. Nada de mal acontecia, porque naquele tempo era o tempo onde havia “galos, noites, e quintais”...
Cadê as viloas? Viraram violência?
No ritmo do surdo do São Geraldo, ao som das cornetas do Estadual e dos taróis do N.S.do Bom conselho, toquem um réquiem. Um daqueles réquiens parecidos com o de Mozart tão bem posto no filme AMADEUS. Um som dolente, um tom fremente! Repiquem o sino do Colégio e toquem SINAL de adulto no sino da Matriz. Matiz da vida que descerra seu pano sobre uma educadora como se tudo pudesse acontecer nessa cepa de profissional do saber e do conhecimento... Certamente nunca se sabe tudo no mundo de meu DEUS tão cheio de mistérios qual Santíssima Trindade acobertando os seus... Por que não puseste teus mantos contra esse pranto que na cidade rola?
Cadê as violas? Viraram Violência?
Toquem, pois o réquiem dos que se vão sem nunca ter ido, nem desejado isso pela precocidade dos sonhos! Mas, se dos sonhos somos apenas seus lenitivos, dá-nos ó
Deus motivos para acreditar nos homens! Lá fora o povo chora. Lá dentro os familiares descontrolam-se em prantos que nada modificam a saudade que ora toma corpo em função de uma alma que sai de cena para, quem sabe, ser professora no céu...

Cadê as violas? Viraram violência?
Cadê as rosas? Viraram rosários?
Rosário de lágrimas perdidas – vencidas pela bala que cala quem não consente, mas que consente ao país ser do mérito meretriz, enquanto os cidadãos sucumbem dentro de casa por medo da morte precoce dos seus sonhos...
Toquem um réquiem, toquem!