MAIS UMA DO SERELEPE!
Às mais das vezes, tenho repetido para mim mesma que sim, dá
tempo!
Se não para realizar, mas, pelo menos para ordenar as demandas que são da minha alçada, algumas próprias outras deixadas por outros, bom não importa...
Porém, contra toda a minha maneira racional, e porque não dizer durona de repreender-me às fraquezas, se aflora lá bem do meu íntimo um medo pavoroso contrário a essa estimativa, e, claro ofuscando toda minha expectativa!
Mas, todavia, de repente sou despertada por atitudes naturais, a que espíritos engatinhantes, como eu, não se encontra acostumado a testemunhar a originalidade de comportamentos superiores.
É quando então que penso: eu aqui amedrontada, me sentindo o último biscoito do pacote..., no entanto a execução da obra se cumpre dia a dia, bem de baixo dos meus olhos, exibindo-se no seu melhor, na sua humilde dependência infante, relevando-se de vez em quando para que eu dele aprenda sem que me sinta impotente ou humilhada!
Assim é que, no diálogo mantido hoje com o meu lindo Serelepe mais uma lição eu aprendi:
- Olhe lá meu amigo David, mãe, o pai dele o leva à escola todos os
dias! E ali, a Vitória e a sua bike...!
- É meu filho, cada um vem com que o tem, em fim...
Você tem a mim e nosso carrinho, para vir à escola.
- É! Mas, o Danilo tem pai, mãe e carro.
Percebendo-me o silêncio, retrucou:
- Fique triste não...
Quando você não pode me buscar, eu volto de carona na companhia do Danilo e de seu pai.
Diante de elevado comportamento, meus receios e tristeza ficam menores, e, entendo que, sim, dará tempo, inclusive, dá para ser feliz sem queixumes e cobranças compreendendo as necessidades e aceitando as imposições a que nos submete as circunstancias da vida...
Por fim, usando as palavras de um amigo:
"Perdeu, àquele que deixou para trás!"
E como não podia deixar de ser, uma vez que se é Serelepe:
- Você vai me dá aquela mesadinha pra eu comprar o yoyo... É com dois ipsilones, né mãe?
- Para você sim, mas na minha cabeça é com dois is.