Como é mesmo essa coisa de escrever crônicas?
Eu invento uma vida que tenho ou tenho a vida que eu invento. Procuro nas brumas dos pensamentos estórias ou historias sobre o tempo... Que se passa ou se passou. E se tudo for mesmo sobre mim é só isso que tudo sou?
Não sei como funciona essa coisa de ser eu mesmo, de despistar as armadilhas dos meus desejos, de me despir em linhas neste caderno. Se nem mesmo é em caderno que escrevo. Percebo graves problemas de realidade, ou com a realidade.
Realmente falando - ou escrevendo - percebo o quanto me perco por devaneios de mim mesma.
Ser tudo o que gosto e escuto e vejo. Mas e todos, me vêem como me vejo? A resposta é não. E por isso mesmo novamente me invento, me reinvento. Permeio por todas as entranhas desse meu mundo interno, sou mais uma que adentra nas estranhezas desses castelos. E nem mesmo em castelo moro. Mas morro a cada dia que passa, e renasço em outro que também passa. E assim vou levando a vida... A vida que me carrega nas costas, quando meus passos já estão muito cansados.
E termino - de escrever - o que nem sei que escrevo. Fugindo das metas e anseios. Ainda não sei como é mesmo essa coisa de escrever crônicas!