Adeus Diálogo
Se somos convidados para um festinha é porque pertencemos ao mesmo segmento social. Ali chegando, tenho o hábito de ir de mesa em mesa, cumprimentando todos os presentes. Como consequência, pode surgir algum bate papo e ali também sentar-me um pouco. Uma pessoa da família até já me fez uma observação, dizendo que eu me sento “em todas as cadeiras do recinto”. Não encaro isto como uma crítica, mas como um elogio. Estar em uma festinha familiar é um bom motivo para “confraternização”. Não ficar isolado num grupinho exclusivo, restrito à própria mesa.
Recentemente, fui a uma dessas festinhas e constatei que até as pessoas da mesma mesa não conversavam entre si. Cada um com seu celular, digitando, navegando, com o olhar fixo para seu teclado, sem se dar conta do próprio vizinho. Pelo menos entre os presentes, nenhum diálogo. Não condeno a tecnologia, pois ela é muito útil nos nossos dias. Mas, cada coisa no seu tempo e no seu lugar. Deixar de cumprimentar as pessoas fisicamente presentes, priorizando as que estão distantes, não me parece uma boa norma social.
Se o contato é virtual, nem precisaríamos sair de nossas casas. Estar presente e não compartilhar é pior do que estar ausente.
Já dizia Aristóteles que “o homem é um animal social”. Isto significa estar em comunhão com o próximo. Estar ombro a ombro, sem o mínimo de diálogo, por culpa de um celular, vai de encontro não só à filosofia de Aristóteles, mas também ao ensinamento daquele que foi e ainda é “O Rei da Humanidade”, Jesus Cristo. Ele pregou “o diálogo entre os homens”.