Festival de Cinema

Para a realização do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro o Cine Brasília passou pela tão esperada reforma. Embelezou-se com a nova estrutura e tecnologia. Está mais confortável e atraente, volta a ser a melhor sala de projeção cinematográfica da cidade e principal referência para o festival. Pena que as produções não correspondam à expectativa do público que ali comparece. O cinema brasileiro, por mais que se diga da sua "evolução", continua fraco e tendencioso às mazelas da vida. Droga, prostituição, crime, pornografia e pobreza formam o círculo vicioso dos cineastas brasileiros. Pornografia e linguagem chula, é a isso que se submetem atores e atrizes, muitos destes já consagrados. E querem que o cinema nacional seja arte. Querem patrocinadores para subsidiarem essa sacanagem que chamam de "cultura".

O Festival, por sua vez, não tem o menor brilho. No final, nem parece que é uma entrega de prêmio. É uma patética anunciação de "vitoriosos" diante de um público mal comportado, barulhento, mal educado e mal vestido como são também os que sobem ao palco para os aplausos ou vaias. Não sei o que exatamente é aquilo. Parece mais a matinê de domingo, com aquela fila de funkeiros comendo pipocas. Alguns pseudos intelectuais posam para as câmeras e fazem tipo. É tudo aquela festa, menos um festival. Nada de beleza, nada de cultura, nada de elegância. Melhor mesmo que não haja tapete onde não há glamour. Basta só aquela fila que mais parece a do Estádio Nacional Mané Garrincha. Gente de tênis, camiseta e jeans, se duvidar encontra-se alguns de sandálias havaianas e bermudas, tal como nas salas de aulas da UnB. O Cine Brasília ficou chic demais para aquele público. Mas, esperamos, logo logo essa galera o transformará no que ele vinha sendo nesses últimos anos: um pulgueiro.

Roney Stemeler
Enviado por Roney Stemeler em 30/09/2013
Reeditado em 30/09/2013
Código do texto: T4505235
Classificação de conteúdo: seguro