O INEVITÁVEL.

Como superar o que não somos e queríamos ser? Via de duas mãos. O inevitável..

Ninguém se desvia do inevitável, quando não há forças e discernimento. Por que exaurir tantas forças e sufocar-se na corrida louca que esbarra na inutilidade e traz mais frustração?

Não seria melhor viver a felicidade do que somos, vagar com disponibilidade espiritual por tudo que nos oferece a natureza, os nossos dons em seus limites, até mesmo a surpresa de alcançar algo mais com que tanto sonhamos, e que pode surgir?

Olho pelas janelas abertas ao passado e vejo, o que sempre fui, andando e vivendo, passo a passo, e acontecendo sem ansiedades o que devia acontecer, não sei se foi o mais ou o menos, mas o que alcancei na conformidade do que me foi dado. Olho com mais profundidade, e as vezes faço muito isso, e vejo quanto me foi dado e acho muito, mas poderia ter sido mais (?), bastava querer, poderia indagar. Foi o que eu quis e o destino sem alvoroço me deu, com alvoroço seria muito mais, o alvoroço sem a qualidade de ver o caminho com vagar, passar por ele e poder analisá-lo, crescer com ele ao invés de cavar abismos, morrer vivendo pensando estar vivo. Somos todos assim, o cerne é a vontade dirigida a determinado fim.

Esse inevitável é o que se pode evitar, e pensa-se que não na busca incessante, na sofreguidão, e traz embaraços e atropelos, e perturba. A alma tem espaços para enfrentar a matéria e suas seduções. Que o inevitável seja descartado, se evite essa unanimidade desenfreada do tudo querer, que saiba se evitar o que se deve evitar, a sanha do mais somar sem nada ter.

Seja o destino o caminho da paz interior na conformidade da serenidade que se satisfaz com seus contornos de saciedade sem apelos de dimensão desnecessária.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 29/09/2013
Reeditado em 29/09/2013
Código do texto: T4503578
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