O PESCADOR
Eu já estava vendendo sorvetes fazia um bom tempo nas belas praias de Ubatuba e todos os dias meus olhos deslumbravam a linda natureza entre Ubatuba e a praia de Itamambuca.
Saia bem cedinho da sorveteria e pegava um ônibus que ia para Picinguaba, descia na estrada e caminhava uns três quilômetros e lá estava eu diante da oitava maravilha do mundo chamada: Praia de Itamambuca, no litoral Norte de São Paulo.
Naquele domingo ensolarado resolvi levar mais picolés e assim que cheguei na praia avistei um rapaz que estava pescando e constantemente lançava sua linha de pesca ao mar, ficava eternos minutos esperando o peixe e nada, nada de peixe, o rapaz enrolava humildemente a linha de pesca e novamente lançava a mesma ao mar embaixo de um escaldante sol de 40 graus.
Como eu não ficava parado com o meu carrinho de sorvetes ficava prestando atenção a persistência do rapaz em querer pescar um peixe, qualquer peixe e sempre que passava pelo mesmo dizia:
- Vai ficar com a família amigo, abandone esta pescaria!
O rapaz sorria e dizia:
- Pois é sorveteiro, irei pescar um enorme peixe e você irá me ajudar a transportar o mesmo, pois será enorme.
O tempo foi passando e eu já tinha vendido quase todos os meus picolés e o rapaz lá firme lançando constantemente sua linha ao mar e nada de peixe e inesperadamente a linha de pesca ficou esticada e o rapaz soltou um grito de Felicidade:
Consegui um peixe!
Corremos para perto do rapaz para presenciar a luta em enrolar e soltar a linha e a linha de pesca cada vez mais esticada e eu pensando: “Só falta arrebentar” um outro senhor prontificou a ajudar o pescador iniciante a retirar o peixe do mar e mansamente o mesmo foi ficando mais perto de todos e quando tiraram o peixe do mar todo nós ficamos estupefatos com o enorme peixe que o rapaz pescara: Um enorme peixe de uns trinta quilos.
Como era lindo admirar o ar de felicidade do pescador e assim que o mesmo foi retirado do anzol fui chamado para ajudar a transportar o mesmo em cima do meu carrinho de sorvetes até um quiosque e todos diziam:
- Pescador que é pescador devolve o peixe para o mar!
E o pescador dizia: De jeito nenhum, este vou levar pra minha casa e terei mistura durante uma semana!
Colocou o peixe dentro de uma enorme caixa de isopor e colocou dentro de uma Brasília amarela com placa de Santo André, acelerou e deu tchauzinho a todos.
Ficamos na praia perplexos e os comentários que eu escutava sobre a persistência do pescador eram dos mais variados:
Parabéns pescador! Paciência é tudo!