Mensalão: a ponta do iceberg
A impunidade se instala em nosso país, de forma vergonhosa acompanhamos julgamentos protelados, estão a tecer uma colcha de retalhos, que não se chega ao fim. Quando pensamos ser o término, eis que surge um novo retalho, para emaranhar o extenso feito. Infelizmente, a voz de toda uma “massa” não tem vez, quando clamamos por justiça, políticos são absolvidos a luz do dia, sem nenhum embasamento justificável para tal. Quando clamamos por destino coerente ao dinheiro público, estão usando dele para realização de festas, confraternizações e afins. Por ora, parece que falamos outra língua, nunca somos interpretados da forma que deveríamos ser. E, quando pensamos em dar dois passos para frente, numa caminhada cheia de percalços, damos dois passos para trás. Não há progresso, há regresso. Até quando? Onde esta a ordem? Qual o progresso que querem? A sociedade encontra-se calejada, a falta de esperança é crescente. Que pena!
Sempre digo e ratifico: não podemos generalizar. Existem políticos péssimos, que de fato não nos representam. Mas temos que admitir que haja os que cumprem com seu papel, honrado toda comunidade que lhes outorgou o direito de representação. Quanta responsabilidade dada e mal aproveitada, estão a fazer mau uso do poder num deboche escancarado ao povo Brasileiro. Em tempos acompanhamos o julgamento do Mensalão, que considero a ponta do iceberg, há muita coisa acontecendo nos bastidores, de proporção maior e, que igualmente clama pela verdadeira justiça.
É um desrespeito crescente que afronta a dignidade de qualquer cidadão do bem, que de forma árdua e honesta, tem trabalhado para construir aquilo que deseja para sua vida, sem surrupiar, sem driblar a ordem das coisas. Remontamos ao alarmante índice de criminalidade no país, onde muitos, a todo tempo tem seus pertences levados por alguém a mão armada. E, penso naqueles, que com a caneta na mão nos roubam também. De formas distintas, o crime que ocorre na rua, estende à mão para o crime que ocorre dentro das esferas públicas de distintas magnitudes, na rua ou em palácios, compartilham dum único fim: saquear o cidadão.
Como haverá desenvolvimento num país assim? A inconformidade outrora brotou nas ruas e, deu luz a uma onde de manifestações, que deve por obviedade fazer refletir nas eleições que se aproximam. Para que haja desenvolvimento temos que, com lucidez e maturidade, separar o joio do trigo. Sim, ainda é possível! Eu, sempre fui um dos sonhadores, desde criança fazia certas projeções. Com alegria, hoje me vejo concretizando algumas delas. E, com maturidade entendo o porquê de algumas não deram certo. E é este sonhar, justamente que me leva a crer que ainda podemos ter um país melhor e diferente, cada um fazendo a sua parte. Digo mais, é impossível de se viver desnudo de sonhos, ideias, de metas e ideais. Somos movidos definitivamente por isso e, é isso que me faz querer mais e melhor, daqueles que me representam. É movido por isso também, que não me conformo com as injustiças, com a impunidade, com o mau uso dos recursos públicos, com a falta de destino das coisas, com o burlar das ordens e com as prioridades bitoladas. A inquietude, graças a Deus, me faz morada.