FILOSOFIA DE BOTEQUIM.

Nós, pobres coitados, se muito, grãos do cosmos, questionando o inquestionável, enfrentando o inevitável, pretendendo explicar o inexplicável , como crianças em folguedos não permitidos, inteligência pequena, passos curtos pretendidos gigantescos, sem nada saber sobre a vida e seu surgimento e pretendendo assentar discursos sobre a morte, penetrar nos segredos da alma, santuário inexpugnável, e ir além para entender o pensamento, limitado à barreira de rede elétrica de neurônios.

Lá no botequim se discutem verdades possíveis, o futebol, a vergonhosa política que rouba e se vê na televisão e nada acontece, e as intenções de voto para quem rouba ainda aumentando mais, depois de recolhidas manifestações públicas, a compra da miséria dos miseráveis desaparelhados, captados pelo marketing odioso, o fim do ano que chega e o cartão de crédito sufocado acolhendo um pouco mais de ar, terá um pouco mais de oxigênio com o décimo-terceiro para se afogar em mais dívidas.

Verdades alcançáveis, simplórias e malditas, que trazem uma felicidade aparente para o povão, que seja, faz morrer menos o morto, ressurge vivo e acreditado nesse milagre por momentos.

Diante da eternidade do inalcançável, fiquemos com nossa pequena estatura e gastemos nossas restritas luzes com as verdades que estão sob o arbítrio de nossos sentidos. Não nos enganam, já satisfaz o "logos". Elas pelo menos podem ser vistas, embora com sofrimento por dizimarem as pessoas que nada sabem, nem que são pessoas.

FILOSOFIA DE BOTEQUIM...

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/09/2013
Código do texto: T4500791
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