FELICIDADE NA REMINISCÊNCIA.
O quê é isto? Parece complexo, mas é simples. Somente nas adversidades lembramos da anterior felicidade, com vida em corpo, ou como dizia Santo Agostinho na nobreza de sua investigação reflexiva e intransponível, “todos nós lembramos de ter sido felizes antes da queda”, esta é a felicidade da reminiscência.
E haveria uma felicidade suprema para o cristão, um tanto inalcançável para nossa reduzida inteligência, felicidade futura que se contrapõe, ainda que banhada de fé, de reminiscências, passado, ou seja, de qualquer forma fica certo que só há uma chance. Destaque-se, para o cristão só há uma chance. Por quê? Um tema exaustivamente angustiante e enfrentador dos próprios dogmas do perdão do Pai, sempre existente, e do arrependimento eficaz. Os livros sagrados são dos homens, o perdão é de outros espaços, digamos, de nós mesmos havendo arrependimento eficaz, como na lei dos homens, instituto penal que exculpa e deixa de apenar o crime se abortado seu resultado eficazmente.
Fé é peregrinar no labirinto, mas conforta os achados nesses tortuosos caminhos vedados à inteligência, quanto mais indagares, mais questões surgirão, seria por isso que São Tomás de Aquino cessou de indagar e decretou que “tudo que escrevi é palha”?
“Deus só é bem conhecido quando se toma conhecimento de que é desconhecido”, pontificava de sua altíssima filosofia teologal Tomás de Aquino.
Submetidos aos ciclos das encarnações, budistas, hinduístas e espiritualistas têm uma segunda chance, não viverão de reminiscências, mas de uma nova vida, se é para maior iluminação, retornando, a felicidade anterior é um véu, já que voltou sem conhecimento da vida anterior, para os cristãos não há segunda chance, uma regra desconhecida formalmente para quem não morreu, portanto inexplicável.