Banho de bacia
Chuveiro era ainda novidade, e rara, naqueles anos cinquenta de tanta rua poeirenta do Brumado de São Gonçalo. Mas o banho, que acompanhou até o precursor João no Jordão, esse era sagrado - ainda que salteado. E toda a assepsia, da bacia é que dependia. Bacias estanhadas, diga-se de passagem, e de lavagem. Oplástico ainda se limitava a alguns brinquedos, telas
e não parecia ter ainda subido à bacia.
E logo logo se reconhecia de onde se espevitava um banho tomado: além do cheiro inconfundível e penetrante dos sabonetes doutrora, a marca d´água demorava deixar a sinalização ir embora: pela janela, a água usada no banho era vertida na rua, mas com o devido cuidado para não se acertar um passante desavisado. E chuá...! ficava o território marcado,
com a vantagem de se apagar a poeira frontal e, no entremeio, de se afirmar o próprio asseio, sem receio.
O banho de bacia a um ritual prolongado obedecia: primeiro, carecia quentar a água no fogão a lenha, levá-la já pelando para o quarto, onde a bacia já se ansiava por sua chegada, temperá-la com água fria, juntar o sabonete, a toalha e, para as moças ciosas de suas prendas preciosas, dar uma espiada debaixo da cama para se constatar que de macho ali naquele
observatório reinol, não mais que só aquele atrevido de escol: o urinol.