Será que eu sou assim mesmo?
Você já parou pra pensar que há momentos em que nos acostumamos tanto com nosso jeito de ser que dizemos por aí a seguinte frase: ”eu sou assim mesmo”? Diante de alguma situação frustrante, estressante, ou até mesmo numa situação cotidiana? Essa expressão faz de nós seres monótonos, afinal, quem nunca disse isso? Foi pensando nisso que resolvi me policiar...
Num dia vendo um documentário percebi o quanto nós, seres humanos, somos inertes. Se é que posso dizer assim. Pois bem, me pego ouvindo essa expressão várias vezes durante meus dias: “eu sou assim mesmo!”. Como se não houvesse uma forma de agir um tanto quanto diferente, com aquela situação, ou com o fulano de tal. Ouvi de uma amiga num dia que ela é de momento... Em um momento está bem, no mesmo tempo em que pode ficar chateada com algo, ou alguém. E me fico a perguntar: será que ela é assim mesmo, ou será que ela se acostumou a ser assim e prefere não arriscar uma mudança? Pode sim, ser que ela seja assim e que jamais mude seu jeito de ser. Contudo vejo que em algumas situações a própria pessoa não se permite agir diferente, talvez por orgulho, talvez por medo, por infinitas circunstâncias...
Num dia resolvi testar a minha capacidade e saber se eu era assim mesmo ou se eu podia fazer diferente. Foi uma noite em que conversava com um amigo. No auge de um stress, ele me disse que eu teria de atura-lo daquele jeito, pois eu era seu amigo, mas que se eu não aguentasse assim, em outro momento não serviria mais para ser seu amigo. Naquele momento voltei meus pensamentos na bendita frase ”eu sou assim mesmo”. Se eu agisse conforme essa frase, viraria as costas no mesmo instante em que ele me disse isso. Ora, como se eu fosse obrigado a tolerar um stress que nem por minha causa era. “Eu sou assim mesmo, não levo nem aturo desaforo! Quem ele pensa que é?”, pensei no auge de minha irritação, mas não falei nada. O silêncio tomou conta da sala. Respirei. Contei até dez. Pensei em algo pra dizer, então com sutileza tentei entender o porquê de tanto stress. Apesar de ele não dizer nada com clareza, muito menos com riqueza de detalhes, e por sinal não entendi nada depois de “eu não queria estar na pele dela!”, percebi que eu não “sou assim” sempre. Aprendi a me permitir a novas coisas, mesmo que não me caiba a aguentar, ou até mesmo suportar, vai depender de que eu me permita ou não a receber.