SEGREDOS DO FUTEBOL

SEGREDOS DO FUTEBOL

Muitas vezes declarei minha paixão pelo futebol. Seria muita falta de modéstia de minha parte, dizer que fui um craque! Porém, como forma indireta de isso declarar, mantendo a simplicidade, ouso dizer que, para fazer parte de equipes em que joguei, havia necessidade de ser algo mais do que mero jogador. Precisava ser muito bom jogador!
Desde a mais tenra idade, demonstrava aptidão por esse esporte.
Quando aos doze anos fui para o internato do Arquidiocesano, essa facilidade para jogar começou a ser burilada. Pudera, em todos os horários de recreação, o tempo era tomado em praticar o esporte. Geralmente, ocupávamos a quadra de basquete, cimentada, formávamos dois times de cinco jogadores, por exemplo, usando bolinha de tênis, e fazendo de gol, o poste de concreto que sustentava as tabelas com as cestas. Isso resultava, em obtermos um ótimo controle de bola, pois, o domínio da mesma, por causa de seu tamanho, era mais dificultoso. E, me tornei ambidestro. Além disso, para acertar o gol, éramos obrigados a nos esmerar na direção dos chutes, refinando a pontaria. Por fim, obtínhamos ótimo preparo físico.
Após o período das aulas, no fim da tarde, havia o maior espaço para o lazer, e quase todos os dias, senão todos, realizavam-se os treinos das equipes oficiais do colégio. E, nos fins de semana, aos sábados, enfrentávamos equipes de fora. Desse modo, só tínhamos que nos tornar bons jogadores.
Já declarei, também, que fiquei conhecido no Arqui, pelo apelido de Baltazar. Porque tinha facilidade de fazer gols de cabeça! Nos fins dos anos 40 e início dos anos 50, no Corinthians havia um jogador com esse nome, que ficou famoso pelos gols de cabeça, sendo cognominado de Cabecinha de Ouro! Daí, meu apelido, que carreguei pelos 8 anos em que ali estudei! Qual o segredo dessa qualidade, sendo eu de estatura mediana para baixa, beirando os 1,70m?
Eu considero que isso se devia a um ponto primordial: tempo de subida, para o cabeceio! Quando o defensor, numa bola cruzada, pulava para alcançá-la com a cabeça, fração de segundo antes, eu já estava lá no alto, antecipando-me a ele. Essa a vantagem!
Enfim, como se percebe, além das qualidades inatas, como acontece em qualquer tipo de atuação, há necessidade de treinamentos, de dedicação, que complementam aquilo que você possui desde a vinda ao mundo, e que lhe foi concedido por Deus!

-Foto de meus tempos de Colégio Arquidiocesano, tirada em 1951. Sou o dono da bola!

 
Aristeu Fatal
Enviado por Aristeu Fatal em 25/09/2013
Reeditado em 11/10/2013
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