CAMPOS DO JORDÃO

Pense num canto frio, com muito verde, terreno bem acidentado, nascente por todos os lados e bonito demais...

Isso é Campos do Jordão.

Na medida em que o dia ia avançando, nós íamos tirando as peças extras de roupa, que os três graus negativos nos obrigavam a por logo que o dia clareava.

O city tour, feito num caminhão travestido de trenzinho, nos leva aos pontos mais bonitos daquela cidade, com imenso potencial turístico, e faz uma parada no local chamado Ducha de Prata, que é um centro comercial, construído ao lado de queda d’água, isso depois de ter margeado o lago que se originou do represamento das águas entre as montanhas, que tem ao fundo do bucólico cenário, a mancha vergonhosa da mansão faraônica do dono da IURD.

O Horto Florestal é magnífico e detém, talvez, a maior área contínua, nativa, de pinheiros do paraná do país, onde vivem muitos animais da fauna tipicamente brasileira.

Conhecemos a igreja matriz dedicada a São Benedito, a igreja de Santa Rita, o Mosteiro São João (das irmãs beneditinas), com seus muitos esquilos, também vimos muitas hortaliças viçosas enquanto passeávamos pela feira livre, e fizemos o passeio de bonde, desde a estação até o portal da cidade, ida e volta.

Infelizmente o trem que liga Campos o Jordão à Pindamonhangaba, sofreu um acidente no ano passado e as autoridades “competentes”, ainda não concluíram os reparos, nem na linha nem no trem que liga essas encantadoras cidades da Serra da Mantiqueira.

Subindo pelo teleférico, somos recepcionados pela imagem de Nossa Senhora das Montanhas e, do mirante, acima de mil, oitocentos e cinquenta metros do nível do mar, temos a belíssima visão de todo vale onde a cidade se desenvolveu.

Há que se destacar a atenção e solicitude, com que os nativos recepcionam os visitantes e, quando solicitado, prestando-lhes todas as informações até que fiquem convencidos de que entenderam as explicações e de que chegarão aos locais por eles indicados;

o estilo enxaimel das construções;

a brisa com aroma de flores e os muitos pássaros canoros, que saúdam o amanhecer e o por do sol, multicolorido, que se mistura com as copas das árvores, onde se aninham os jacutingas e os periquitos maracanã.

Claro que escrevemos os nossos nomes na camada branca de gelo, depositada sobre o corrimão da pontezinha de madeira, mas o sol logo-logo apagou...

GLOSSÁRIO:

Esquilo, Caxinguelê ou Serelepe = Sciurus aestuans

IURD = Igreja Universal do Reino de Deus

Jacutinga = Pipile jacutinga

Periquito maracanã = Aratinga leucophthalma

Pinheiro do Paraná = Araucaria angustifolia