Somos todos iguais.

Eu sou negra. É, sou negra e tenho muito orgulho disso. Mas eu queria deixar claro, bem claro, que o meu orgulho não é do sistema de cotas.

A natureza da minha raiz é a resistência. Meu orgulho vem dos troncos, dos pés descalços, das inúmeras fugas esperançosas, meu orgulho vem das senzalas, dos quilombos, e das mãos que trabalhavam na terra.

Minha cor é a expressão do meu poder... Embora esse poder ainda seja reprimido não mais por correntes, e nem pelos açoites do feitores, mas sim pela intolerância das mentes medíocres, e desprovidas da capacidade de partilhar respeito.

Não somos morenos, somos negros e a nossa cor é também a nossa voz! Não importa quem somos, ou de onde viemos, muito menos pra onde vamos, somos iguais. Somos todos iguais.

Você pode me chamar de negra, negrinha, que eu não vou me ofender. Hoje eu posso estudar, trabalhar, e posso decidir. Tenho vez, e tenho voz. E muitos negros, negrinhos, negras e negrinhas foram fortes suficientemente para me proporcionar isso. Passaram fome, foram muito castigados, e viveram em condições sub-humanas. Por isso o meu orgulho é colossal!

E o preconceito não é nada mais nada a menos do que a úlcera da sociedade.

Agora, só pra esclarecer, que se o tom da sua voz soar rude a me intitular. Pode ter certeza, de que eu irei lhe processar.

Não poderemos nunca mudar o mundo, se não mudarmos as nossas mentes.

Pais ensinem aos seus filhos, professores doutrinem seus alunos, líderes, influências, mostrem a seus discípulos, a importância do respeito às diversidades. Vamos deixar claro que cada um de nós, com sua cor, seja ela qual for, juntos formamos uma linda, e gigantesca aquarela.

Patricia Naia
Enviado por Patricia Naia em 24/09/2013
Reeditado em 26/09/2013
Código do texto: T4496537
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