HISTORIA CONTADA EM JARINU

HISTORIA CONTADA EM JARINU

Pedro Pauletto

Na fazenda éramos mais de cem trabalhadores, mas um se destacava por ser molenga demais, seu apelido era “Juca Mole”. Era solteirão com seus 40 anos, só falava em casamento, mas nunca tinha namorado ninguém. Todos nós brincávamos com ele sobre o assunto mulher. Um dia mudou-se para a fazenda uma família que tinha uma solteirona e logo foi arrumado um jeito do “Juca Mole” se aproximar dela. O Juca apaixonou-se, já não trabalhava muito, agora então só falava em casamento. Data marcada, Juca feliz demais, sábado á tarde no cartório, depois na capela e tome festa. Lá pelas tantas, conforme combinado com o Zé Lopes, articulador de todas as traquinagens, toda a molecada já estava a postos na janela do quarto da casinha onde o “Juca Mole” ia passar a Lua de Mel e morar definitivamente. “Juca Mole” entrou com a noiva, foi direto para o quarto apagou a luz e se aninharam na cama. Ouvimos atentos a conversa: - “ Vai Juca tira a “carça” e a camisa que eu já to pronta”, “ ta bão já to tirano”, “ vai Juca, finca Juca”, “to tentano muié, ta difice”, “ pois craro seu tonto, na perna num finca, tem sê mais pra riba”, “prá riba donde?”mais pra riba, na furquia”. Não agüentamos mais, saímos na toda. Nos dias seguintes, no trabalho da roça tinha sempre alguém gritando “ vai Juca, finca”. O “Juca Mole” não ligava, estava feliz demais para zangar-se.

PEDRO PAULETTO
Enviado por danilos em 23/09/2013
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