Eu não queria perder você.
Há histórias que temos certeza, não ter nenhum futuro. Mas nossa natureza apaixonada e poética se inclina há coisas impossíveis querendo torná-las possíveis. E para isso não precisa ter futuro, o presente preenche as lacunas. Eu queria fazer do meu passando, u presente imutável.
Eu não queria perder você, porque eu já havia perdido tantas coisas, antes de você e durante você.
E apesar de tudo, perder você de vista, da minha vida, do meu alcançável, era como se eu perdesse um bocado de mim, e pior de tudo: a perca era lenta. Pior do que perder, era perder lentamente. Pressupondo o que poderia acontecer, cogitando situações...
Eu mandei alguns e-mails, mandei torpedos e deixei todas as portas e janelas da minha vida abertas, e propícias a você.
Mas só agora, depois de tanto tempo. Depois de ver que os e-mails não tiveram respostas. Depois de perceber que os nossos amigos já evitavam falar no seu nome enquanto eu estava por perto, pra que eu não me constrangesse com a sua superação, eu estou aceitando pacificamente a perda.
Vejamos, eu tive que saber da felicidade alheia, ter certeza de que eu havia perdido para depois conviver.
O que importa, é que algumas feridas já não me incomodam tanto.
Mas só pra você saber, as janelas continuam abertas. Vez em quando, passam pássaros por elas. Eles passam cantando, e sabem pra onde vão.