CARTAS DE AMOR
Por Carlos Sena
Por onde andam as cartas de amor? Com elas, as juras. Com elas, as pétalas de rosas perfumadas que secavam nos livros dos amantes. Por onde andam as cartas de amor? Não há mais amor para ser carregado por elas? Ou não há mais amantes do tipo que ainda “mandam flores”? Por onde andam as cartas de amor? Escondidas nas sacolas dos carteiros que, envergonhados por não verem mais o amor se escondem delas? Talvez.
Ah, as cartas de amor, como diz o poema na canção, “ridículas”! Ah, Fernando Pessoa, por que disseste das cartas de amor ridículas? Depois de ti, oh poeta, jamais cartas de amor ridículas foram postadas. Porque parece que as pessoas tem vergonha de dizer que amam, posto que quem ame segundo tua máxima, não deixa de ser ridículo nas cartas de amor que escreve. Mas, oh poeta das terras de além-mar, eu te protejo ao vento nos mares da praia da Boa Viagem. Como uma miragem destinada ao TEJO eu te vejo “bem mais cá” onde o amor não morre e as cartas de amor não se acabam, embora ridículas permaneçam...
Um dia, postando uma carta de amor, não encontrei envelope – daqueles que tinham as bordas amarelas e verdinhas; daqueles que a gente postava nele o remetente em letras góticas ou de caligrafia caprichada e depois fechava com cuspe... Sem cuspe, a saliva avisa: cartas de amor? Isso é ridículo e feio. Faz um emeio (e-mail) que não precisa de selo, nem de envelope nem de carteiro nem de correio! Mas, retruco: haverá amor no emeio? E me respondo: amor por emeio não é amor, é aperreio. Todo mundo vê, todo mundo lê e por isso não prestidigito: prefiro cartas de amor, prefiro permanecer ridículo!
Por Carlos Sena
Por onde andam as cartas de amor? Com elas, as juras. Com elas, as pétalas de rosas perfumadas que secavam nos livros dos amantes. Por onde andam as cartas de amor? Não há mais amor para ser carregado por elas? Ou não há mais amantes do tipo que ainda “mandam flores”? Por onde andam as cartas de amor? Escondidas nas sacolas dos carteiros que, envergonhados por não verem mais o amor se escondem delas? Talvez.
Ah, as cartas de amor, como diz o poema na canção, “ridículas”! Ah, Fernando Pessoa, por que disseste das cartas de amor ridículas? Depois de ti, oh poeta, jamais cartas de amor ridículas foram postadas. Porque parece que as pessoas tem vergonha de dizer que amam, posto que quem ame segundo tua máxima, não deixa de ser ridículo nas cartas de amor que escreve. Mas, oh poeta das terras de além-mar, eu te protejo ao vento nos mares da praia da Boa Viagem. Como uma miragem destinada ao TEJO eu te vejo “bem mais cá” onde o amor não morre e as cartas de amor não se acabam, embora ridículas permaneçam...
Um dia, postando uma carta de amor, não encontrei envelope – daqueles que tinham as bordas amarelas e verdinhas; daqueles que a gente postava nele o remetente em letras góticas ou de caligrafia caprichada e depois fechava com cuspe... Sem cuspe, a saliva avisa: cartas de amor? Isso é ridículo e feio. Faz um emeio (e-mail) que não precisa de selo, nem de envelope nem de carteiro nem de correio! Mas, retruco: haverá amor no emeio? E me respondo: amor por emeio não é amor, é aperreio. Todo mundo vê, todo mundo lê e por isso não prestidigito: prefiro cartas de amor, prefiro permanecer ridículo!