PESCARIA EM ALTO MAR

Lá fomos nós: Gomes, Chico, Pedro, Carlão e eu, para a famosa pescaria em alto mar.

Levamos a "traia" toda, linha, anzóis, varas, carretilhas, isopor, lanche e é claro, cerveja e cachaça.

Prevenidos pelos mais experientes, levamos também, comprimidos de dramin, para enjôo.

Chegamos à noite em Santos e nos dirigimos para onde ficam os barcos de aluguel, para pescaria.

Saímos em um, com "térreo e 1º andar", lotação completa e o aviso do "comandante":

"O barco só volta de manhã.Se alguem se sentir mal, não vamos estragar a pescaria dos outros por causa dele".

Andamos mais de hora e quando já não avistava mais luz nenhuma de terra firme o barquinho parou.

Começou a chacoalhar e muito.Quem já estava um pouco, ficou muito mais enjoado.

No barco eles davam a isca: sardinhas inteiras.Começamos a preparar as linhas.Iscas nos anzois e tchabum na água.Esperando o peixe puxar a linha.E quanta linha junta.

A nossa turma estava toda no 1º andar.E o barquinho chacoalhando cada vez mais.

Já tinha um monte de gente na "sacada" chamando o Hugo.

Dali a pouco começou a chacoalhar mais ainda e isopor e outras coisas começaram a andar pelo convés.

Segurei num banco de madeira, fixo, e deitei no chão.Uma mão segurando a linha, a outra o banco e aquele enjôo horrível.

O pessoal mais traquejado mandando um lanchinho e tomando umas e outras e eu deitado.Peixe que é bom nada.

Passando um bom tempo, a mão que segura a linha leva um tranco.Levanto rápido e falo para o Gomes, que estava do meu lado:"Tem alguma coisa aqui"

"Deixa eu ver" respondeu na hora.

Foi um corre corre para o nosso lado.Eu devido ao meu estado deixando o Gomes me ajudar.

Puxa e puxa.

"Cuidado para não quebrar a linha meu".

"Toma tento.Não deixa enroscar em outras linhas".

Puxa e puxa.

"Dever ser grande sente a pressão na linha"

Puxa e puxa.

Ele apareceu lá no térreo e vem,puxado para cima,cai no chão perto da gente.Um cação até que grande.

Foi uma correria.O Pedro querendo enfiar a faca no peixe que pulava adoidado.

"Não!Não faça isso.Deixa que a gente segura o danado".

Conseguimos tirar o bruto do anzol, esvaziamos o isopor e o enfiamos lá dentro.

Deitei novamente e esperei o dia amanhecer.

"O barco só volta amanhã......".

AMANHECEU!!! Valeu o sacrificio, o sol apareceu e tingiu aquela imensidão de água.Estávamos rodeados de barcos que não conseguíamos ver a noite.

Até o enjôo diminuiu.

Voltamos.Levei o peixe,pego com a minha linha e a ajuda de todos para casa.

Barco pequeno, nunca mais.Não sou "tatu"

13/05/2004.

José Romeu