VALE UM FATIA DE GORGONZOLA

O mundo é cheio de boas coisas, dentre elas estão duas bem antigas: os vinhos e os queijos. A exemplo de nós mesmos, que diferimos uns dos outros, desde as digitais até as íris, também esses alimentos têm seus admiradores e entendidos.

No que tange aos vinhos, ficamos sabendo que no processo de sua fermentação formam-se várias substâncias naturais, que os diferenciam claramente. Além disso, o gosto é determinado por uma série de fatores como: o estado de maturação da uva, o seu tipo, o grau de amadurecimento e o envelhecimento do líquido.

Seus amantes se tornaram “enófilos”, “enólogos” e/ou “sommeliers”. Para quem não sabe, informo que os primeiros são aqueles que se dedicam, profissionalmente ou por prazer, a estudar e a degustar o líquido proveniente das uvas. Os segundos têm almas iguais às dos primeiros, mas são os profissionais responsáveis pela sua elaboração. Já os sommeliers, também conhecidos como “o maîtres das bebidas e dos charutos”, são os profissionais que desempenham suas funções em restaurantes, orientando os clientes sobre todos os tipos de bebidas, especialmente as alcoólicas.

Os três sabem, perfeitamente, distinguir as nuances e sabores originados pelas uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Chardonnay, Moscatel, Pinot Noir, Pinot Gris, Gamay, Syrah, Carménère, Grenache, Tannat, Tempranillo, Sangiovese, Nebbiolo, Barbera, Dolcetto, Touriga Nacional, Palomino, Riesling, Chenin Blanc, Furmint, Sémillon, Viognier, Gewürztraminer...

Eu não chego a tanto, mas, às vezes, gosto de fazer o ritual de degustação: analiso o visual por meio de uma taça de cristal, segura pelo seu pé, olho a intensidade de cor (quanto mais intensos melhores são), percebo o envelhecimento (os tintos mais jovens apresentam coloração púrpura, enquanto os mais velhos têm cor alaranjada/castanha) e, por fim, texto as “lágrimas”, ou seja, as gotas que escorrem na taça: quanto mais lentas, maior o teor alcoólico.

Da mesma forma, aprecio queijos e requeijões, fazendo uso frequente deles in natura ou na culinária. Gosto desde os Parmesans, Muzzarellas, Catupiries ou Frescais, até o Gouda, o Provolone, o Cheddar, o Pecorino, o Tilsit, o Camembert, o Brie, o Emmental, o Estepe, o Gruryére, o Reino, o Roquefort, o Suiço, o Stracchino, o Mascarpone, o Cacciovallo, o Crottin de Chavignol, o Bleu Vercors, o Maasdam e/ou o Gorgonzola.

Aos domingos costumo ter acessos gourmets e quando preparo medalhões ao molho madeira, eu utilizo para o seu acompanhamento perfeito, “Arroz Piamontese”, esse último queijo acima citado. Sei que ele nem sempre é o mais querido, talvez pelo seu gosto forte, talvez pelo seu aspecto feioso, mas os pratos (também fica ótimo no molho de scallops de filé) ficam incríveis e os elogios são garantidos.

Não sei até quando eu vou continuar apreciando esse queijo e explico o porquê. Ao assumir a Direção do Restaurante Conceição, meus amigos Dany e Sérgio Noé, detectaram que no congelador do estabelecimento havia três peças de Gorgonzola, de três quilos cada uma, congeladas, prestes a vencer. Ao comentarem que iriam jogá-las fora, pedi-lhes e as recebi. Dos 09 quilos desse “trem cheiroso”, que até ontem reinava em meu freezer, eu já me desfiz de 06 dividindo com os amigos mais próximos, mas ainda tenho 03 e estou pensando que vou tomar nojo desse queijo nesta vida e na próxima também.

Preciso de, urgentemente, pensar em alternativas além das usuais: patês e molhos. Será que moqueca com Gorgonzola vai prestar? E feijoada? Dobradinha? Rabada? Churrasco? Vatapá? Bacalhoada? Galinha ao molho pardo?

Estou aceitando novas receitas e em retribuição às melhores, oferecerei uma fationa de Gorgonzola com uma taça de Gallioto (É o que eu disponho no momento. Rs,rs,rs...)

NORMA ASTRÉA
Enviado por NORMA ASTRÉA em 20/09/2013
Reeditado em 21/09/2013
Código do texto: T4490368
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