AS BODAS DE PRATA EM BUENOS AIRES E O CARTÃO DE CRÉDITO: uma história verídica com final feliz

Professor de inglês, casou-se quando a noiva engravidou. Preparativos organizados às pressas, lua de mel em Mongaguá.

A partir daí, jamais uma viagem sozinhos: sogra, periquito, cachorro e, em especial, os filhos, serviam de acompanhantes. Parafraseando Érico Veríssimo, viveram o feijão, abandonaram os sonhos.

Vinte e cinco anos depois, o marido pede à mulher que prepare a mala para passeio de alguns dias à praia. Que levasse, também, um belo vestido, pois iriam ao teatro.

Feitas as malas, a novidade: aeroporto e comemoração das bodas em Buenos Aires. Os shows de tango, amados pela amada, seriam assistidos, ao vivo. Degustação, churrasco e, naturalmente, lojas, pois o clima, na cidade portenha, é diverso daquele vivido no litoral paulista. Os maiôs e saídas de banho descansariam.

É preciso registrar que esta seria a primeira viagem internacional da mulher.

Chegados à Buenos Aires, descobrem que

o cartão de crédito (internacional, adquirido antecipada e especialmente pelo marido para a viagem) funcionou quando e onde quis (ou quiseram). Culpa da instituição financeira, que não advertiu o novo credenciado ou - concomitantemente - da dona Cristina Kirchner, não importa: se os chips não funcionaram, foi o adeus aos tangos, aos comes e bebes e às compras de agrados para a família. Boas intenções, infelizmente, não servem a mesa.

Durante a viagem, reclama o infeliz namorado ao banco e à administradora do cartão, sem resultados. Na volta ao Brasil, não obteve melhor resposta. Amargue seu prejuízo!

Ingressa, pois, com uma ação, no Juizado Especial Cível.

Sua história de amor, lida ou ouvida, comove a todos. Ao final, tem o casal sentença favorável para que recebam R$ 10.000,00.

Se a esperança é a última que morre, não haviam muitas acerca do recebimento da indenização. Quase certo é que o réu recorreria.

Esta semana, porém, uma grata surpresa: o valor da condenação foi depositado, integralmente e sem discussão.

O casal terá, afinal, sua lua de mel, vinte e cinco anos depois, com direito a show de tango, churrasco e compras, no melhor estilo. Ou em Nova Iorque, por que não?

Aplaudo! Uma história com final feliz.

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Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.