Amaryllis helsinquianas

Amaryllis helsinquianas vêm da Holanda, aos caminhões, ainda em bulbo. E chegam para ornar as celebrações de fim de ano. São as 'amaryllis'. Olhando-se para os potinhos, alinhados, prontos para serem olhados, admirados, cobiçados e enfim,por mãos levados, não chegam a chamar atenção, senão... Bem, senão pelo que hão de se converter, num par de dias, ou um pouquinho mais, pra frente, ou pra trás: aquele saliente talo de um verde denso, nada ralo, de seus palmo e meio a dois de altura, com aquela cabeçorra inflada, em formato de ponta-de lança, há de libertar uma flor, duas, ou três, se desencantando de vez.

E a flor, mais comum no formato tricapitular nem chega a impactar muito. Existe em um sem número de variedades, e colorações ou combinações cromáticas, mas ao invés de sair empertigada, dando sequência à sugerida pujança da 'ponta-de-lança' que prepucianamente a encasulava, sai molinha, inclinada, quase que desarcorçoada...

Mas nada desse lúdico-lúbrico encadeamento há de passar pela cachola das senhoras anciãs, muitas parecem até bem sozinhas, quando, de potinho em mão, que se alinham pacientemente em infindável fila diante do caixa, para levarem para ilumiar o seu Natal, aquele mimo regal, com ou sem perus - esse troféu, troféu de truz!

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 19/09/2013
Reeditado em 20/03/2015
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