NOIVA INDECISA

Em um salão de beleza uma cliente estava em prantos. O motivo? Ela ia casar!!! Um acontecimento para sorrir, mas ela chorava. Estaria ela arrependida? Não amava mais o noivo? Teria algum parente morrido?

Não, não, nada disso. Ela chorava porque tinha escolhido um lugar aconchegante para dar a festa. Era um restaurante localizado numa ruela em São Paulo que lembra bem uma ruela de uma aldeia europeia. Clássico, fino, romântico, boa comida, tudo de primeira. Mas ela chorava. Por quê?

Dizia ela: - Imaginem, tenho um tio que também é meu padrinho, é obeso e sofre de bexiga hiperativa. Até aí, tudo normal, bexiga hiperativa não é incontinência, mas a pessoa tem que ir ao sanitário em pequenos espaços de tempo. Até aí também tudo dentro da normalidade.

Mas por que ela chorava? Então aos poucos os motivos vinham aparecendo. Sua mãe dizia: - Seu tio não pode faltar a essa festa.

- Mãe, a festa será num lugar maravilhoso, as mesas estarão na calçada, o acesso é só para os convidados, nem veículos entrarão na ruela, tudo estará decorado no melhor estilo aldeão para uma grande festa de casamento.

- Filha, seu tio não poderá deixar de ir ao seu casamento.

As demais clientes do salão já estavam indignadas. Ora, por que o tio dela não podia ir ao casamento? Já sabemos que é obeso, já sabemos que tem bexiga hiperativa. Ora, apertou, vá ao sanitário e descarrega o produto, fácil, não parece?

Não, o problema era o sanitário do restaurante, que ficava no primeiro andar e a escada de acesso, era de ferro e em forma de caracol. O tio obeso, nem com reza brava, passaria pela escada. Que situação!

- Pensei até em alugar um sanitário químico, mas, em se tratando das proporções do titio, só mesmo um de deficiente físico, disse ela, mas é caro e teria ainda que ficar na ruela, como também iria estragar todo o visual da decoração, além do mais seria ultrajante e constrangedor para ele, em curtos espaços de tempo, correr entre as mesas, para o sanitário. Todos vão rir. Que eu faço? Seria cômico se fosse trágico.

Foi aí que entrou em cena o banheiro do salão de beleza, que por ser quase ao lado do refinado restaurante, salvou a pátria. O problema urinário do tio mastodonte estava resolvido. Deu vontade, vai ao cabelereiro. Só ficou uma questão no ar, quem iria limpar o banheiro do salão? Sim, porque, nessas idas e vindas do titio e, com a protuberância abdominal do próprio, dá para imaginar o estado lastimável do sanitário no final da festa!!!!!

Se você leitor riu, não era para rir, isto não é tragicomédia, é um problema muito sério para quem sofre desses males. Outra coisa que também causa indignação é o fato de o restaurante fazer um sanitário nessas condições. Como esses bares são antigas residências, para que caiba um numero maior de frequentadores, eles quebram a escada normal e usam essas em forma de caracol para caber uma ou duas mesas a mais e no andar superior derrubam as paredes que dividem dois dormitórios e está pronto o salão. Eu estive em um bar da zona oeste de São Paulo cujo sanitário também era idêntico a esse já descrito. De nada me apercebi, porque subi e desci sem nenhum problema, mas quando soube deste caso parei para refletir. E a conclusão que cheguei foi a falta de critério por parte dos órgãos públicos que dão alvará de funcionamento. Um cadeirante, um obeso, um idoso, nunca poderiam entrar em um desses estabelecimentos.

E no caso da noiva, ela iria usar o sanitário químico? Evidentemente que não, mas como subiria a escada em caracol com o vestido de cauda. Quando ela chegasse à porta do sanitário, a cauda do vestido ainda estaria no primeiro degrau e todo enrolado como uma serpente branca, lembrando a cobra do paraíso bíblico e como ela iria expor a “maçã” ao vaso?

Salvo se ela, assim que chegasse ao restaurante tirasse o vestido. Mas que noiva faria isso? Nenhuma, pois onde está a noiva? Todos reconhecem a noiva pelo vestido. O noivo nestes casos é secundário, o primeiro olhar é sempre para a noiva. Se houver algum homem ao seu lado, logo se deduz que esse é o noivo (nem sempre, há tantos papagaios de pirata que... deixa prá lá). Agora se quiserem exercitar os músculos dos lábios que o façam, pois estou falando de situações embaraçosas para pessoas normais. Será que a noiva não pensou nessas situações, em sua própria situação? Reflitam.

SANTO BRONZATO E ARMINDA VIEIRA

em 18/9/2013.

SANTO BRONZATO e ARMINDA VIEIRA
Enviado por SANTO BRONZATO em 18/09/2013
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