UM PRESENTE INESQUECÍVEL
Ao passar em frente as lindas vitrines, mais uma vez, não resisto, e entro.
Dentro, a loja consegue ser ainda mais bonita, que fora.
Lá estão elas, com trajes esportivos, cotidianos, de dormir, ou de festa.
São belas, graciosas, delicadas. Se não me contenho, pego uma para embalar em meus braços.
Os ponteiros do relógio da memória retrocedem rapidamente, e volto a me ver menina. Brincando feliz, no imenso quintal da casa de meus avós.
Em baixo da cerca de ligustro, está o fogãozinho improvisado, feito com quatro tijolos, que seguram um pedaço de folha de zinco, sobre ela, uma lata de leite em pó mococa, dentro dela as cenouras cozinham. Faz pouco tempo, que eu as colhi da nossa horta. Em uma lata de goiabada, mexo o arroz, que sempre fica salgado e duro, mas tem um sabor delicioso, que tempo algum é capaz de apagar.
Estico um pouco mais os olhos, e lá está ela. Sentada, rente ao canteiro de dálias. Veste um vestidinho vermelho de bolinhas brancas, e calça sapatinhos, e meinhas brancas.
Nos cabelos que são castanhos como os meus, usa um laço de fita branco, preso ao rabo de cavalo.
Toda hora, eu olho, para ver se minha boneca está confortável, se nenhum besouro, abelha ou joaninha, pousou sobre ela.
Faz pouco tempo que a ganhei, foi no último natal. E claro foi um presente de minha querida vó Carmela. Ela presenteou suas três netas. As bonecas, das minhas duas primas, são loiras, assim, como elas. Já a minha tem os cabelos castanhos como os meus.
Tenho apenas sete anos, mas sou uma boa mãe, isso eu sei.
Desperto de meus devaneios, volto a enxergar a vitrine à minha frente, onde uma festinha de aniversário de bonecas, está montada.
Tudo é especialmente lindo, de muito bom gosto.
Porém, decididamente, não trocaria a infância feliz, na vila de chão de terra batido, em que vivi.
As festinhas de aniversário, que fiz para minha boneca, junto com minhas amiguinhas, foram especias, a ponto de morarem frescas e límpidas em minhas melhores lembranças.
Creio que, por isso adoro tanto passear, pela loja American Girl, sempre que estou em Nova Iorque.
E sem dúvida, se um dia tiver uma netinha, vou presenteá-la, com uma bela boneca, dessa loja, vou escolher a que mais se pareça com ela. Assim, como minha vó teve o cuidado e o carinho de fazer com minhas primas e comigo.
O ponto forte da loja American Girl, é exatamente que as meninas possam ter, uma boneca que mais se assemelhe a elas.
Ali, olhando tudo, com olhar de criança encantada, eu fico pensando: - Poxa, minha vó Carmela, já fazia isso, há tantas décadas atrás. Será que alguém copiou a ideia dela?
(Imagem: Lenapena- Loja American Girl/NY)
Ao passar em frente as lindas vitrines, mais uma vez, não resisto, e entro.
Dentro, a loja consegue ser ainda mais bonita, que fora.
Lá estão elas, com trajes esportivos, cotidianos, de dormir, ou de festa.
São belas, graciosas, delicadas. Se não me contenho, pego uma para embalar em meus braços.
Os ponteiros do relógio da memória retrocedem rapidamente, e volto a me ver menina. Brincando feliz, no imenso quintal da casa de meus avós.
Em baixo da cerca de ligustro, está o fogãozinho improvisado, feito com quatro tijolos, que seguram um pedaço de folha de zinco, sobre ela, uma lata de leite em pó mococa, dentro dela as cenouras cozinham. Faz pouco tempo, que eu as colhi da nossa horta. Em uma lata de goiabada, mexo o arroz, que sempre fica salgado e duro, mas tem um sabor delicioso, que tempo algum é capaz de apagar.
Estico um pouco mais os olhos, e lá está ela. Sentada, rente ao canteiro de dálias. Veste um vestidinho vermelho de bolinhas brancas, e calça sapatinhos, e meinhas brancas.
Nos cabelos que são castanhos como os meus, usa um laço de fita branco, preso ao rabo de cavalo.
Toda hora, eu olho, para ver se minha boneca está confortável, se nenhum besouro, abelha ou joaninha, pousou sobre ela.
Faz pouco tempo que a ganhei, foi no último natal. E claro foi um presente de minha querida vó Carmela. Ela presenteou suas três netas. As bonecas, das minhas duas primas, são loiras, assim, como elas. Já a minha tem os cabelos castanhos como os meus.
Tenho apenas sete anos, mas sou uma boa mãe, isso eu sei.
Desperto de meus devaneios, volto a enxergar a vitrine à minha frente, onde uma festinha de aniversário de bonecas, está montada.
Tudo é especialmente lindo, de muito bom gosto.
Porém, decididamente, não trocaria a infância feliz, na vila de chão de terra batido, em que vivi.
As festinhas de aniversário, que fiz para minha boneca, junto com minhas amiguinhas, foram especias, a ponto de morarem frescas e límpidas em minhas melhores lembranças.
Creio que, por isso adoro tanto passear, pela loja American Girl, sempre que estou em Nova Iorque.
E sem dúvida, se um dia tiver uma netinha, vou presenteá-la, com uma bela boneca, dessa loja, vou escolher a que mais se pareça com ela. Assim, como minha vó teve o cuidado e o carinho de fazer com minhas primas e comigo.
O ponto forte da loja American Girl, é exatamente que as meninas possam ter, uma boneca que mais se assemelhe a elas.
Ali, olhando tudo, com olhar de criança encantada, eu fico pensando: - Poxa, minha vó Carmela, já fazia isso, há tantas décadas atrás. Será que alguém copiou a ideia dela?
(Imagem: Lenapena- Loja American Girl/NY)