As flores amarelas do jardim de nossa casa


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Oliver foi convocado, teve de ir para a guerra. Mary ficou triste, pois estavam casados há pouco tempo. Uma semana antes da partida, os dois plantaram flores amarelas no jardim, na frente da casa. E ele disse para ela que era preciso cuidar bem das flores. Elas teriam de estar ali quando ele voltasse. Crescidas, mais bonitas, mais fortes. E o Oliver se foi. E a Mary cuidou das  flores: adubo, água, tudo de que elas precisavam. O tempo foi passando e tudo ia bem. Oliver reclamava, às vezes, das barbáries que via, mas guerra é guerra. Estava especialmente abatido na última vez quando falaram ao telefone. Seu melhor amigo no pelotão havia morrido. Tinha deixado dois filhos.
Passaram-se cinco meses. Um dia, quando acordou e foi para a frente da casa, Mary viu que as flores estavam todas estragadas. Algum animal as havia destruído. Ficou triste e lembrou-se de Oliver.
Logo depois do almoço, pegou as chaves do carro e decidiu que iria comprar as mesmas flores, já crescidas, para substituir as que haviam sumido. Estava dirigindo-se até a porta para sair, quando a campainha tocou. Abriu. Havia duas pessoas do exército esperando por ela. Ela já sabia do que se tratava. Oliver estava morto, havia sido abatido durante uma emboscada. Antes, quando ela  viu que as flores tinham ido, lá no fundo, sabia o que significava. Estava se enganando, não queria acreditar. Maldita a guerra, maldita a batalha dos homens.

Malditos os bichos que comem as flores. Malditos os generais que mandam matar os homens da terra. Maldita a guerra!
 

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