Dez por cento já foram, agora só faltam 90

DEZ POR CENTO JÁ FORAM, AGORA SÓ FALTAM 90

(crônica publicada na “Revista Oficial do Avaí F. C." nº 19, ano 4, Jun/Jul/Ago-2013)

Escrevo no momento em que ainda fumegam os atritos recém-concluídos da 4ª rodada do Brasileirão Série B. Essa rodada, aliás, desmanchou a supremacia absoluta do futebol catarinense no campeonato: as quatro equipes do Estado ocupavam os quatro primeiros lugares da tabela, precisamente na zona de acesso à Série A de 2014. Quem estragou o arranjo foi o Avaí, na derrota por 2 a 1 para o Palmeiras, em Itu: saímos nós, entraram os paulistanos.

Quatro rodadas é um décimo do total de 38 partidas que cada time disputará. A equipe azurra, invicta em casa com 100% de aproveitamento, jogou uma vez na Ressacada, contra o Guaratinguetá, e três vezes fora, onde, numa autêntica saga avaiana, fez de tudo: tomou o gol de empate do Oeste depois de passados os três minutos da prorrogação do 2º tempo, venceu o Icasa por 4 a 3 numa jornada épica, repleta de reviravoltas, e perdeu um jogo em que poderia ter saído com um empate e, um pouco mais de determinação e firmeza, com três valiosos pontos no bolso.

De todo modo, o nosso não é um balanço desastroso, bem ao contrário. Especialmente se considerarmos que é fundamental fazermos todos os pontos que disputarmos em casa. E, neste momento, teremos mais jogos na Ressacada (18 partidas) do que fora (16).

De todo modo, também, 10% de campeonatos como os nacionais, longos e competitivos, dizem muito pouco, provavelmente quase nada, do que será o seu final. Ninguém ignora que existem dois momentos críticos na competição: a virada do primeiro para o segundo turno, quando todas as posições costumam se alterar drástica e dramaticamente, e, neste ano, bem como no próximo, as paradas impostas pelas competições internacionais: Copa das Confederações e Copa do Mundo. Depois do descanso forçado, que acaba servindo para contratações e ajustes precisos, o desempenho relativo das equipes modifica-se de forma substancial.

No caso azurra - o 3º melhor ataque da competição, a 2ª defesa mais vazada e saldo positivo de gols -, parece claro que deve ser aprimorado o abastecimento da artilharia e incentivado o chute a gol: sem medo de errar, como mostrou Márcio Diogo em Itu, correndo mais de 50 metros, passando por toda a defesa adversária e fuzilando no contrapé do goleiro, e como mostraram Marquinhos e Cleber Santana em cobranças primorosas de faltas defronte à área.

É preferível ganhar todas as partidas por 4 a 3 do que tentar segurar resultado - coisa que o Avaí nunca soube fazer - para não arriscar tomar um contra-ataque e correr o risco gigantesco de tomar gol no meio de um sufoco infernal.

(Amilcar Neves é avaiano, integra a Academia Catarinense de Letras e tem oito livros de ficção publicados)

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Depois de ficar mais de 24 horas (entre 14 e 15.08) sem banda larga, a qual continua caindo com frequência, fiquei sem computador da noite de quarta-feira, 04.09, até a tarde de quinta, 12.09, quando me foi devolvido pela assistência técnica com a notícia da perda de todos os meus arquivos, programas, senhas e "links". Nesse tempo, meu acesso à internet foi quase nulo - dificuldade que, obviamente, persiste até recuperar o que for possível das minhas cópias de segurança.

Lamento e peço desculpas pelo "apagão".

Amilcar Neves é escritor com oito livros de ficção publicados, alguns dos quais à venda no sítio da TECC Editora, em http://www.tecceditora.com. A partir de 26 de agosto de 2013 integra o Conselho Estadual de Cultura, na vaga destinada à Academia Catarinense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 32.

Janeway Smithson estava naquele trabalho havia vinte e cinco anos e era estúpido o suficiente para se orgulhar disso.

Charles Bukowski, Factótum