Ao alcance da mão.
Por Carlos Sena


 
O “extraordinário” não é o que me faz feliz. Mas, confesso que um dia eu sonhei com ela no seu aspecto mais fantástico, mais extemporâneo, surreal até. Faz-me feliz hoje, o próprio ontem, mesmo até o amanhã me faz feliz. Precisei até em acabar com os meandros existenciais. Talvez porque o tempo seja mesmo uma com figuração interior donde todo o nada se converte em tudo para nos atormentar pensando que somos deuses.
Nós descobrimos sozinho, que a felicidade é feito uma “expressão digital” divina – única e que, diferente de um sapato, de uma roupa, não tem número certo para cada pessoa. Cada um lhe faz conforme o entendimento interior... Mas, ora direis: em sendo a felicidade tão longe do “extraordinário” como seria esse alcance e em que bases aconteceria? E eu vos respondo: por não ser extraordinária, a felicidade adormece e se levanta conosco todos os dias. Almoça, janta e ceia, todos os dias. Morrerá num único dia, conosco! Mas, ora direis, onde afinal, se encontra a felicidade dentro do que não é extraordinário? E eu vos respondo: havendo entendimento acerca do amor, então temos em nossas mãos a felicidade. E completo: o amor tem que ser verdadeiro e livre de valores humanos mesquinhos. Ternos, por que não dizer? Eternos, por que não pensar?