Panela de pressão
Minha cabeça claudicou... Por breves segundos perdi o controle motor de todo o meu corpo. Pressão daqui, pressão dali e eu apenas queria sumir. Se um buraco houvesse no meu quarto eu me teria jogado. Confesso que não sou pessoa passível de ser pressionada, para mim as coisas acontecem quando eu realmente estou predisposto para que tal possa acontecer. Não é teimosia da minha parte, é o relógio natural da minha vida que dita as regras.
Ontem comi mal - culpa do cardápio; dormi mal - culpa da noite... Escrevi muito - culpa do destino. Eu queria falar muito...; ela? Queria que eu escrevesse improvisando!!! Isso me “aborreceu”, pois improvisar já eu faço sempre que estou com ela. Maior desafio do que viver do outro lado da barricada não existe. Não te culpo, culpo a mim por tamanha ousadia. Culpo-me por tentar te tirar das garras do certo e te entregar ao duvidoso. Culpo a sociedade por criar essas barreiras ou muros que teimam em separar as pessoas.
{São 23:13, é hora de me refugiar no calar da noite e pensar, respirar fundo para depois tentar voltar}.
Olho afincadamente pra Lua (hoje ela acordou cedo), ouço os passos dos transeuntes que cismam em dormir junto à minha janela e vocifero aos céus como se tentasse entender tudo que está acontecendo. O barulho de Domingo é o mais silencioso da semana... é como se todo o mundo estivesse em suas casas vendo não sei bem o quê.
Volto ao local do crime passado pouco mais de 25 min. Mais conversa puxa conversa e eis que meia dúzia de loucuras me vem à cabeça. Fugir com ela seria algo heroico (sem acento); nada que me assuste. Mas há algo que me inquieta: eu não sei como meu olhar vai reagir quando ela estiver fisicamente à minha frente. Meu olhar é de Lince... se ele gostar da pessoa - eu avanço, se ele não se manifestar - eu recuo. Como se costuma dizer “os olhos são o espelho da alma”. Neste momento a única duvida que tenho é essa, a de saber como meu corpo reagirá à sua presença.
A “alma” e o coração já aceitaram... falta o resto para completar o pacote.