Dia de Maria!
E eis que aparece Maria Louca.
Que louca não está?
Não?
Chata, tagarela, finge que sabe, só diz tolices e bobagens todo dia, todo dia.
E assim, só me restou dizer:
_ O que se passa comigo?
A final sou um ser racional, uma mulher madura e in(dependente).
Respiro fundo, e torço para que ainda tenha familiares a minha espera.
Mas hoje é dia de Maria.
Em frangalhos, pois quis bancar a intelectual, gritando como uma maluca que os outros lançavam olhares e não me viam...
Entendeu?
De tanto blá-blá-blá sem fim e sem nexo com os anos e o álcool começando a pesar na cara se questionando com o que tinha de errado.
O que tinha de errado?
Só uma coisa:
Eu
e todos os cadernos pessoais.
Naquela tarde de segunda-feira, obriguei Maria Mole a ser Maria Louca e precisei de minha filha para ter uma troca profunda com alguém por um tempo em que estou me sentindo infeliz, sentindo-me invadida e chorando muito.
E quantas amigas autênticas nós temos?
Que são verdadeiras?
Duas mulheres e três homens resumem-me.
E eu tenho que segurar a casa, sorrindo e achando que tudo é viável.
Às vezes me sentia perdida, sem centro e amando de um jeito que tem me desorientado.
Digo para todos que estou feliz e na realidade, estou cansada e estou ficando deprimida, perdida e não me encontro nessa viajem.
Estou maluca!
Estou maluca de tanto pensar e não chegar à conclusão alguma, cada vez se torna mais difícil.
E não quero chorar por amar.
Quero ser protegida, cuidada e amada e sem essa sensação estranha e a certeza inevitável que o que não quero sentir é o que é.
Tudo está bem. Tudo bem, meu bem.
Bem?
Não!
Eu não estou bem!
Porque toda a farsa de ser gentil, maravilhosa, agradável e correta?
Para quem e para quê?
Porque essas inverdades inevitáveis de uma personalidade amorosa?
Não quero destruir aos que amo!
E, no entanto: Só o que faço!
Só o que se apresenta a mim!
E que seja as vergonhas que serão verdades ou mentiras de meu caráter sempre e toda a vida duvidoso e manipulador.
Pois ao ler Maria Louca sua cabeça irá concordar que eu sempre falei tudo o que agora publico entre confidências, entre bebedeiras, entre rodas de maconha, entre lenços de Lança perfume e até mesmo entre relacionamentos de tentativas de amor.
Ah, como é difícil conviver com tudo isso.
A permissão que tu me dás para te enganar, de te comandar e me aplaude, sentindo que eu me importo com você.
É quase uma brincadeira.
Já falamos sobre isso,mas preferiste acreditar que eu estava louca, bêbada ou tirando sarro,
NÉ?
Incapaz de viver sem eu dizendo o que deve fazer?
E eu sempre detestando que fosse eu a confidente das maledicências e ingratidões que vocês me obrigavam escutar e o pior de tudo isso me tornavam como vocês falava mal dos outros...
Porque nos obrigamos a emitir opiniões quando deveríamos só responder a questão?
Diga-me porque emitimos conceitos em conselhos que sabemos ser errados e não mostramos realmente para que a pessoa está se sentindo assim?
O que é capaz de dizer?
Que julgamos e odiamos como superiores a quem nos criou?
E depois calmamente deitamos a cabeça no travesseiro e dormimos com a consciência tranquila.
Ponto.
Não há nada que eu possa fazer por você, e sim o que eu te disse é FAÇA UM ESTUDO BÍBLICO .
E você sumiu...
Beijos de Maria Louca
Eliane Beyer