Amante? NÃO!!!
Para ela não havia coisa pior do que a traição. Jamais concordara que marido ou mulher se traissem e sempre dizia: Por que não (o/a) deixa, já que não se gostam mais?
Mas enfim, havia chegado sua vez?
Durante o dia ficara com o coração apertado.Ás vezes acelerava, às vezes parecia querer parar; não se alimentara e quase não conseguira tomar água direito. Só pensava naquele encontro.
Seria apenas um encontro com um velho amigo, que na verdade fora seu namorado por apenas dias, quando aínda adolescentes.
Ele a localizara através do Face e de repente, passara a ligar e mandar mensagens por toda a semana.
Ela ficara em apuros.
Seu marido não a procurava mais e ela era aínda uma mulher cheia de vida e de desejos.
Combinaram um encontro num local mais calmo, tranquilo, a dois; mas quando ela soube que era num motel, foi determinada:
_Num motel? Não!!!!
Tudo bem. Seria num restaurante, ele concordara.
Como ela na ansiedade chegara primeiro, descobriu que dia de segunda o restaurante não abriria; então liga para o amigo e combinam de se encontrar para decidirem para onde iriam.
Ao se encontrarem, ele, macaco velho, comenta:
_ Não entendi porque você acha que não podemos conversar num motel. Prometo não fazer nada que você realmente não queira.
Ela, muito dona de si, não quis ficar por boba e aceita.
Meu Deus! Ela aceitara.
Chegando lá, a conversa foi pouca. O desejo é que foi grande e em pouco tempo os dois estavam concretizando o seu maior medo: a traição!
Traíra o marido!!!!!
Coitado. O pobre ficara em casa, providenciando o jantar para quando ela chegasse do trabalho e ela, nos braços de outro entre abraços , beijos e tudo o mais...
Ela o traíra sem o menor peso na consciência. Foram 21 anos de fidelidade; entre trancos e barrancos ela tinha sido fiel; com ou sem vida sexual, ela jamais fizera aquilo.
Passara o dia seguinte com a família, já que era um feriado; mas o corpo aínda parecia estar nas mãos do amante. Amante? Quem? Ela?
Ela tinha um amante? Meu Deus, pensara. Só as piores mulheres têm amantes, ela não! Era uma mulher honrada, digna, fiel, mãe dedicada, esposa responsável, excelente filha; acima de qualquer suspeita; no entanto, traíra o marido.
Uma parte sua não se importava muito com o fato em si, mas uma outra, nem acreditava no que tinha acontecido. Fora um pesadelo? E quando as luzes se apagassem o que seria dela?
Para o "amante", ela fora apenas uma obsessão, já que agora ele se acalmaria e a deixaria em paz. Mas e ela, voltaria a ter paz com o fardo da traição?
Olhou para o marido que estava ao seu lado lhe roubando a paciência e por um minuto sentiu uma vontade de rir bem alto como se vingasse sua chateação, mas se conteve.
Afinal, jamais poderia contar-lhe o que havia acontecido, mas de uma coisa ela sabia: amante, NÃO!!!!